Rara Nobreza
Estou no “Shopping”
Adormecido em odores cosmopolitas
E de repente:”ping”
Abrem-se as portas enferrujadas do elevador
E sou abandonado pelo possuidor
De tão intenso odor.
Nada mais tendo a fazer
Abandono a caixa de metal
E ao olhar para o lado vejo-a,
Lateralmente descomunal!
Nariz empinado, rosto pelo tempo escavado,
Pé com requinte calçado…
Dos grossos dedos brotam anéis de Saturno
E ela, nos olhos um ar soturno
Tendo, caminha imponente,
Dançando com seus três colares,
Envergando vistoso vestido…
Oh! Mas que ilustre figura!
E num instante, eis que morre o artista!
Quem diria?!
Que de tão nobre boca, tal rudeza
Pudesse sair…e tão à camponesa!
Quebrou-se a ilusão…
Sua nobreza já se enterrou no caixão…
Enfim!
Devolvo-me à multidão,
Mergulho nos magotes do populacho
E como nem a mim, nem à beleza,
Nem mesmo à verdadeira nobreza acho,
De novo adormeço.
JOÃO BERNARDO PESTANA DA SILVA
Ano/Turma: 11º18, nº13
Ano Lectivo: 2010/2011
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