Samantha Besson vem anualmente a Lisboa para um seminário da Católica Global School of Law. Especialista suíça em legislação de direitos humanos, quer fazer dos cépticos melhores cépticos.
Em entrevista à revista Pública, desta semana, a jornalista Claudia Sobral coloca a pergunta:
Também no seminário Law in a European and Global Context quer “preencher lacunas no ensino tradicional dos direitos humanos”. Quais são essas lacunas?
Samantha Besson : Uma delas é precisamente o que mencionei: ensinarmos direitos humanos desligados da moralidade e da política. É um empobrecimento e dá azo a este discurso de que os direitos humanos são a única moeda, como se eles fossem solução para tudo. A segunda é que se tende a ensinar direito europeu dos direitos humanos sem referências ao direito internacional ou aos direitos internos. Isto leva a uma perda de perspectiva em questões como a legitimidade do direito internacional dos direitos humanos. Só podemos responder a essas questões com referências culturais, por exemplo, se ligarmos os direitos humanos internacionais aos direitos humanos e às práticas domésticas. Afinal, é aí que eles vão ser aplicados e interpretados.
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