O estudo traça o perfil dos jovens que se encontram inscritos no IEFP para procurar emprego, fornecendo um conjunto de recomendações para melhorar a sua empregabilidade.
Este relatório oferece uma visão aprofundada sobre os
jovens entre 16 e 29 anos inscritos nos Centros de Emprego do IEFP em Portugal
Continental, com dados recolhidos entre março e junho de 2023, período durante
o qual 140 mil jovens se dirigiram ao Instituto para procurar emprego. No final
de junho de 2023, eram cerca de 98 mil os jovens inscritos no IEFP, existindo
três grupos principais que requerem atenção específica: jovens pouco
qualificados, jovens com formação superior em áreas de menor empregabilidade e
jovens imigrantes.
Principais Resultados do Estudo:
Os Jovens Pouco Qualificados representam uma
percentagem significativa dos inscritos: 36,1%, com muitos tendo no máximo
concluído o 3.º ciclo do Ensino Básico (9.º ano). Trata-se de um grupo que enfrenta
dificuldades claras para competir com uma força de trabalho mais escolarizada
por falta de competências.
Os Jovens com Formação Superior em Áreas de
Menor Empregabilidade como, «Ciências Sociais, Comércio e Direito» e «Artes e
Humanidades» (41,6% e 15,1%, respetivamente, dos jovens com formação superior
inscritos no IEFP) apresentam maiores dificuldades de emprego. Estas são áreas
frequentadas maioritariamente por mulheres, o que ajuda a explicar que 56,3%
dos jovens à procura de emprego sejam do sexo feminino.
Os Jovens Imigrantes têm um tempo de
inscrição no IEFP mais curto e um peso relevante nas colocações, ainda que
sejam menos abrangidos pelas políticas ativas de emprego. Os jovens imigrantes
desempregados inscritos representavam, em 2023, 18,5% do total de jovens
desempregados, sendo maioritariamente jovens oriundos de países de língua
oficial portuguesa (64,9%) e estando concentrados na região de Lisboa.
Principais Recomendações do Estudo:
- Desenvolvimento
de políticas ativas de emprego que atraiam os jovens com baixas
qualificações para programas de formação profissional, tornando-os mais
competitivos.
- Criação
de oportunidades de formação em contexto real, apoiando financeiramente as
empresas que participem ativamente na formação de jovens com baixas
qualificações.
- Apoio à
inserção das mulheres em áreas tecnológicas, através da promoção de
políticas que as atraiam mais para áreas de engenharia e tecnologias de
informação, setores onde há menor representação feminina, mas maior
demanda por profissionais qualificados.
- Programas
de reskilling, com o envolvimento de universidades e politécnicos, que
permitam adquirir novas competências e melhorar a empregabilidade de
jovens com formação superior em áreas com maiores dificuldades de
colocação.
- Agilização
do reconhecimento das qualificações dos jovens imigrantes, de forma a
aumentar a sua inserção em setores que contribuam para a modernização do
tecido económico nacional.
O estudo completo encontra-se disponível aqui.
*Estudo realizado no âmbito do Contrato
Interadministrativo de Cooperação entre o Instituto do Emprego e da Formação
Profissional (IEFP) e o ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa.
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