Entrevista de João Céu e Silva ao filosofo José Gil, que saíu no Diario de Notícias a 4 de janeiro de 2019, com o título: "O passado está a ser engavetado, digitalizado e virtualizado."
"Populismo, ameaça de fascismo, perigo de extinção ou catástrofes ecológicas. Tudo o que estamos a viver ou aquilo a que estamos a assistir por todo o planeta é novo e não tem paralelo. Por isso, José Gil evita prever o futuro próximo da humanidade e justifica-o por não existir um paradigma com que se possa comparar o novo estágio das sociedades com o que foi até agora a história. «O imobilismo é apodrecimento», diz o filósofo português. Mas levanta a questão: «Que é que os professores vão ensinar?»
(...)
Como é que se confronta pessoalmente com esta mudança de paradigmas?
Não acho que haja mudança de paradigma, porque tal não existe para o nosso presente. Estamos a mudar de paradigma sem que tenhamos aquele para o qual queremos mudar. Isto em tudo, como é o caso da educação para a cidadania. Havia antes uma educação para a transmissão e acumulação na área das humanidades, agora é o da cidadania. O que é que os professores vão ensinar? E como vão formar turmas tumultuosas. Isto é uma coisa ridícula, porque quando não se dão meios nem se preparam os professores para a cidadania não há formação possível: ou seja, não há paradigma, tanto mais que a questão da cidadania leva a ponderar questões totais na sociedade.
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*O sublinhado é meu
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