...e orientação para o gabinete do aluno onde os intervenientes do conflito serão atendidos pelos mediadores.
sexta-feira, 31 de janeiro de 2014
Simulação de conflito entre alunos
...e orientação para o gabinete do aluno onde os intervenientes do conflito serão atendidos pelos mediadores.
quinta-feira, 30 de janeiro de 2014
Guia Prático para as Famílias após o Diagnóstico de Autismo
Perturbações do Espectro do Autismo: E agora? (aqui também: Dar Resposta)
Dar Resposta - Guia Prático para as Famílias após o Diagnóstico
quarta-feira, 29 de janeiro de 2014
Praxes ou bullying perigoso?
Artigo do psiquiatra PEDRO AFONSO no Publico de hoje:
Defendo que as praxes
devem obedecer a um código de conduta.
As mortes de estudantes da Lusófona ocorridas na praia do Meco e
o julgamento de ex-alunos do Colégio Militar foram notícias recentes associadas
a praxes académicas e que merecem alguma reflexão.
Começo por referir que fui
estudante de Medicina em Coimbra de 1987-1993, e fui praxado. Um dia por volta
da meia-noite quando regressava a casa, acabei por ser apanhado por um trupe de
alunos mais velhos. Foi aplicado o respectivo código da praxe (em Coimbra havia
um código da praxe com regras claras) e, atendendo às altas horas da noite,
impróprias para um caloiro, fui punido com umas tesouradas no cabelo. No dia
seguinte, embaraçado pelo estado ridículo em que ficara o meu cabelo, dirigi-me
a um barbeiro que havia na Praça da República, a quem chamávamos o “Pepe
rápido”; era assim conhecido, devido à rapidez com que cortava o cabelo.
Sentei-me e, quando ia dar uma explicação para a minha triste figura, o
barbeiro murmurou, num tom complacente: "Não se preocupe, hoje já é o
sétimo!..."
A minha experiência de praxe foi globalmente positiva. Em
Coimbra havia uma tradição de praxe académica, com regras, que servia para
integrar os caloiros, facilitando que os alunos de diferentes cursos se
conhecessem, e deste modo fossem criadas novas amizades. Mas confesso que, por
aquilo que tenho visto e lido, muitas das praxes atuais pouco ou nada têm a ver
com esse espírito.
Os rituais de praxe são realizados habitualmente em grupo, num
ambiente de grande excitação e exaltação colectiva. Neste contexto, os
mecanismos dos limites sociais estão enfraquecidos, criando-se condições para o
aparecimento de violência física ou psicológica, expressas através de humilhações
gratuitas. O perigo reside no risco de alguns veteranos apresentarem mentes
psiquicamente perturbadas, encontrando na praxe o ambiente propício para
expressarem as suas frustrações pessoais e agressividade, frequentemente com
contornos de perversão. Assim, a praxe passa a ser bullying. Muitas das praxes a que assistimos
podem ser considerados comportamentos de bullying, já que configuram atos intencionais de
agressão física ou psicológica que envolvem uma disparidade de poder entre os
agressores e as suas vítimas.
Como estas praxes ocorrem em idades mais avançadas,
comparativamente, por exemplo, com a adolescência, a violência dos rituais
torna-se não apenas mais sofisticada como também mais perigosa. Se juntarmos a
este fenómeno o fato dos rituais da praxe serem muitas vezes realizados sob o
efeito desinibidor do álcool (e por vezes drogas), a situação pode adquirir
contornos de grande gravidade.
Basta, portanto, que haja um individuo perturbado psiquicamente
a liderar um grupo de praxe para que os comportamentos possam adquirir
contornos de grande risco e violência. Porém, as perturbações mentais não
explicam tudo. Num artigo recente (2013) da revista científica International
Journal of Adolescent Medicine and Health, os autores concluem que
a evidência científica não suporta a ideia de que a maioria das ações cruéis
são intrinsecamente patológicas, no sentido de serem motivadas por perturbações
mentais. Por esta razão, apenas as regras morais e as ações legais (e não as
intervenções psiquiátricas) poderão dissuadir o ser humano desta forma de
crueldade.
Defendo, portanto, que as praxes – como grande parte dos
comportamentos sociais – devem obedecer a um código de conduta, devidamente
regulamentado, no qual deve ficar claro a proibição de rituais de humilhação
gratuita, bem como de condutas violentas que possam colocar em perigo a
integridade física dos caloiros ou susceptíveis de provocarem qualquer dano
psicológico. Além disso, deve ficar explícito que a praxe deve ser voluntária,
sendo que o seu objectivo principal é facilitar a integração dos novos alunos.
As regras da praxe poderão ser elaboradas entre os alunos e as respetivas
universidades, de forma a poderem ser punidos aqueles que desrespeitarem os
princípios da mesma.
A praxe deve ser discutida às claras e regulamentada entre as
partes, de modo a evitarem-se situações de bullying que são inaceitáveis em
sociedade e que devem ser repudiadas por todos nós.
terça-feira, 28 de janeiro de 2014
Programa de Literacia Social
O LED on Values é um Programa de Literacia Social dirigido à
comunidade educativa. O programa pretende ser a sinalização moderna de um porto seguro, onde se
acolhem todos os barcos e todas as experiências. É o ancoradouro que assegura a
carga luminosa e orientadora dos LED’s.
Nas palavras de Roberto Carneiro,
“a viagem segura e que leva a
bom porto necessita de bússola. Na desorientação, dificilmente a navegação
poderá ser devidamente levada a cabo. (…) O LED on Values visa proporcionar
esta bússola gratuita que muitos procuram e poucos encontram para orientar sabiamente
a sua viagem de aprendizagem”.
Explore o site e aceda a recursos de Literacia Social e o modo
de o implementar na sua escola:
sexta-feira, 24 de janeiro de 2014
Pensamento 31 - NÃO ATIRAR para CIMA dos OUTROS
"O melhor trabalho político, social e espiritual que podemos fazer é parar de projetar as nossas sombras nos outros" Carl G. Jung (psicanalista)
...e evitar deste modo, usar o outro para benefício pessoal... e impor-lhe a nossa visão distorcida da realidade.
TENHA UM ÓTIMO FIM DE SEMANA
quinta-feira, 23 de janeiro de 2014
ENTREVISTA a Daniel Sampaio
A Grande Entrevista.
Com Daniel Sampaio - Professor universitário; psiquiatra e terapeuta familiar
Entrevistador: Vitor Gonçalves
TEMAS ABORDADOS
Bullying
Depressão
Suicídio
Saúde Mental nas escolas
Tragédia do Meco que vitimou 6 jovens
...
Programa de Resolução de Conflitos
(AQUI)
AUTORA:
Mª INÉS LOMBRAÑA GARCÍA
TRABAJO FIN DE GRADO DE EDUCACIÓN SOCIAL
2011/2012 - ESCUELA
UNIVERSITARIA DE EDUCACIÓN DE PALENCIA
UNIVERSIDAD DE VALLADOLID
quarta-feira, 22 de janeiro de 2014
Revista Brasileira de Orientação Profissional
Editora: Associação Brasileira de Orientadores Profissionais
Aceder:
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_serial&pid=1679-3390&lng=es&nrm=.pf
GUIA - Habilidades para la Vida
(AQUI)
ÍNDICE
- Introdução
- Habilidades para a Vida
- Habilidades Sociais
- Habilidades para o Pensamento
- Habilidades para Gerir as Emoções
terça-feira, 21 de janeiro de 2014
Academia European Schoolnet - CURSOS GRATUITOS
A Academia
European Schoolnet é a rede de 30 ministérios da Educação europeus, com sede em
Bruxelas.
Como organização sem fins lucrativos, o seu objectivo é trazer inovação ao
ensino e aprendizagem.
Recursos: Cursos gratuitos em várias áreas do conhecimento e outros recursos.
Destinatários: Professores de toda a Europa de escolas primárias a secundárias.
Aceder em:
domingo, 19 de janeiro de 2014
Pensamento 30 - A VIDA É...
"Não percas a esperança, nunca se sabe o que vai acontecer amanhã!"
António Coimbra de Matos* afirma: "A palavra chave da existência é transformação".
Ou seja, a vida fez-se não para possuirmos coisas, mas para fazermos coisas, o prazer das conquistas, e para que nos transformemos na pessoa que sonhamos ser.
* Psicanalista
TENHA UMA ÓTIMA SEMANA
Manuais destinados à intervenção em contexto educativo
MindMatters (http://www.mindmatters.edu.au/) – Leading mental health and well being - apoia as escolas secundárias
australianas na promoção e proteção da saúde mental dos membros das comunidades
escolar.
Contém Manuais destinados à intervenção em contexto educativo, sobre:
Introdução:
https://docs.google.com/file/d/0B09FaSvlQJuEVHAyaWE1dG1Eb28/edit?usp=sharing&pli=1
https://docs.google.com/file/d/0B09FaSvlQJuEcnp5aTdZYlRTQms/edit?usp=sharing&pli=1
https://docs.google.com/file/d/0B09FaSvlQJuEZGgwajlNN3dxU28/edit?usp=sharing&pli=1
https://docs.google.com/file/d/0B09FaSvlQJuENnB5Rk1acUMwTXc/edit?usp=sharing&pli=1
Introdução:
https://docs.google.com/file/d/0B09FaSvlQJuEVHAyaWE1dG1Eb28/edit?usp=sharing&pli=1
https://docs.google.com/file/d/0B09FaSvlQJuEcnp5aTdZYlRTQms/edit?usp=sharing&pli=1
https://docs.google.com/file/d/0B09FaSvlQJuEZGgwajlNN3dxU28/edit?usp=sharing&pli=1
https://docs.google.com/file/d/0B09FaSvlQJuENnB5Rk1acUMwTXc/edit?usp=sharing&pli=1
BULLYING
COMPREENDER A SAÚDE MENTAL(STRESS)
sábado, 18 de janeiro de 2014
Materiais: Bullying, Homossexualidade...
O Projecto Tudo Vai Melhorar trabalha para mostrar aos jovens LGBT ( Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais) os níveis de felicidade, potencial e positivismo que as suas vidas poderão alcançar.
No seu site, poderá aceder a um conjunto de materiais relacionados com estas temáticas, em:
sexta-feira, 17 de janeiro de 2014
“Cinco Minutos com um Cientista"
'5
minutos com um cientista' é uma série de 26 episódios, onde 26 cientistas
portugueses falam do que os inspirou e despertou para a ciência, da sua
motivação para a investigação que realizam e das perguntas que os inquietam e
fazem continuar a investigar. São 26 perspectivas pessoais do interesse e
motivação pela ciência
Paixão pela Ciência
Programa “Cinco Minutos com um Cientista"
quinta-feira, 16 de janeiro de 2014
Pensamento 29 - PESSOAS DISPENSÁVEIS
"Não erramos quando damos muito de nós a alguém. Erramos quando esperamos o reconhecimento de alguém que não sabe valorizar a sinceridade que lhe damos".
Autor desconhecido
Susan Jeffers* diria o mesmo: “Um professor extraordinário que
tive ajudou-me imensamente ao ensinar-me a frase “Pela primeira vez, devias ter
vergonha. Segunda vez, eu devia ter vergonha. “ Aplicando a esta situação, se
debater alguma coisa com pessoas insensíveis às suas necessidades, elas deviam
ter vergonha. Se você continuar a permitir-se ser bombardeado pelas palavras
delas, você devia ter vergonha. Não tem de continuar a manter conversas acerca
da sua decisão com aqueles que o fazem sentir-se mal consigo mesmo. ” In Apesar do medo Sinais de fogo
*Psicoterapeuta
Bullying - Novas Formas de Violência entre os Jovens
Bullying - Novas Formas de Violência entre os Jovens - Indisciplina e Delitos em Ambiente Escolar, CEJ 2013 - (AQUI)
Trata-se de um documento que visa debater sobre o fenómeno da violência em meio escolar no contexto das intervenções de promoção e proteção de crianças e jovens em perigo e tutela educativa.
quarta-feira, 15 de janeiro de 2014
Bullying - é tempo de inserir a saúde mental nas escolas
Parte do artigo de Ana Cristina Pereira, que saiu no Publico de
hoje, com o título Suicídio é multifactorial, diz especialista
(…)
O bullying foi a causa apontada pelo Correio da Manhã ao noticiar a morte do rapaz
de 15 anos, aluno da EB 2-3 de Palmeira, em Braga. Não seria descabido. Segundo
Ana Tomás de Almada, investigadora da Universidade do Minho, esta forma de
violência – continuada, exercida por colegas – tende a ser desvalorizada.
“Considera-se que faz parte da infância e da adolescência, que forma o
carácter, endurece. Como não há condenação, não há prevenção.” (...)As escolas, explica ainda o especialista José Carlos Santos,
presidente da Associação Portuguesa de Suicidologia, podem
desempenhar um papel chave na prevenção. Não se refere apenas aos professores,
mas também aos assistentes operacionais, que vigiam os recreios. Acha que é tempo
de inserir a saúde mental no plano de saúde escolar e de apostar nos processos
educativos, na cidadania, em vez de pensar apenas nos resultados. Beatriz Pereira - investigadora da Universidade do Minho - aponta
no mesmo sentido: parece-lhe que a escola tem de incentivar mais o respeito, a cooperação e
menos a competição."
Nota: o sublinhado é meu
portal ENSINA
Nasceu o portal Ensina, destinado a docentes, pais e alunos. A plataforma digital de serviço público, resulta de uma parceria entre a RTP e o Ministério da Educação.
Um recurso de apoio ao estudo e um ponto de encontro com o conhecimento! Disponível em http://ensina.rtp.pt/ .
A verdadeira Moral
Campanha APAV - Bullying - Quebra o teu silêncio
A verdadeira Moral
* Psicanalista
A verdadeira Moral
“A moral não advém de termos abstratos. Ela desenvolve-se
a partir da capacidade de reagirmos de uma forma empática à dor e ao sofrimento
no outro. A verdadeira moral começa quando sentimos que nos doí quando os nossos
atos provocam dores e sofrimento a outros."
Arno Gruen* Os Falsos Deuses
APESAR do MEDO (digo eu)
* Psicanalista
segunda-feira, 13 de janeiro de 2014
MATERIAIS de prevenção do suicídio e após suicídio
Produto
do Departamento de Saúde Mental - OMS
para a prevenção do suicídio.
domingo, 12 de janeiro de 2014
A importância das lideranças no sucesso educativo
Luísa Tavares Moreira
A oradora debruçar-se-á sobre os efeitos significativos das lideranças
na aprendizagem, desenvolvimento e sucesso académico dos alunos, e na qualidade
das organizações educativas. Abordará ainda parte da sua experiência
profissional relativamente aos cargos que desempenhou.
Doutorada em Ciências da Educação pela Universidade Católica Portuguesa (UCP). Exerceu funções ao nível de Direção escolar e no ano letivo de 2012/13 de Coordenação da EPIPSE - DGE. Presentemente, é a Coordenadora Nacional do Projeto Fénix, o qual desenhou e implementou no ano letivo de 2008/2009 no AE Campo Aberto, Beiriz. Em 2012, participou também na elaboração do livro “Projeto Fénix – As Artes do Voo e as Ciências da Navegação”, onde se deu “voz aos autores que no terreno vão fazendo a diferença”. Desenvolveu diversas parcerias com entidades empresariais privadas de suporte ao Projeto Fénix e, em colaboração com a UCP, lançou o Prémio Fundação Ilídio Pinho “Pedagogia”, exclusivo para escolas Fénix.
quarta-feira, 8 de janeiro de 2014
Pensamento 28 - FORÇAS
"Você nunca sabe a força que tem. Até que a sua única alternativa é ser forte."
António Damásio diria o mesmo: "O sofrimento proporciona-nos a melhor proteção para a sobrevivência,
uma vez que aumenta a probabilidade de darmos atenção aos sinais de dor e
agirmos no sentido de evitar a sua origem ou corrigir as suas consequências." in 'O erro de Descartes'
Há momentos e situações da vida que nos colocam entre a libertação e a alienação se nos deixarmos ficar sem nada fazermos.
Aconselhamos vivamente a evitarmos dizer ao nosso amigo: "Esquece isso "; " Deita para trás das costas esse assunto".
É preciso deixarmo-nos sentir, para darmos significados às nossas emoções - o que nos magoou e porquê - e delinearmos a partir daí, um plano de ação.
Fugir do sofrimento é uma forma de não vivermos plenamente.
EPIS - guiões
A EPIS - Empresários Pela Inclusão social - Quer ser uma referência nacional no desenvolvimento, incubação e internalização de novas metodologias de promoção do sucesso escolar, da qualidade dos sistemas de ensino e formação, da empregabilidade e inserção profissional dos jovens em Portugal.
Os Guiões de Trabalho Mentores EPIS foram desenvolvidos com o objetivo de apresentar um pacote de estratégias de técnicas de intervenção que possam ser uteis a pais, técnicos, docentes , de modo a aumentar a eficácia das intervenções junto de alunos do 3ª ciclo do ensino básico.
Exemplo de Guiões de Intervenção com o Aluno :
Exemplo de Guiões de Intervenção com o Aluno :
- Gestão do tempo e horário de escolar;
- Guião de preparação para exames.
Exemplo de Guiões pará a intervenção com as FAMÍLIAS:
- Disciplina na adolescência - Onde está o manual de instrução?
- Mudança de ciclo - Como apoiar a transição?
ACEDER em:
http://www.epis.pt/mediadores/mentores#guioes
segunda-feira, 6 de janeiro de 2014
Site M-igual?
O site M-igual? (http://www.m-igual.org/default.aspx ) é uma ferramenta que permite apoiar, partilhar e
divulgar o trabalho efetuado nas escolas no âmbito da Educação para
o Desenvolvimento, explorando a reprodução de processos de consciencialização
do global, sem no entanto perder de vista o sentido de pertença ao local.
UM LIVRO ...UMA HISTÓRIA...interculturais
Um Livro…Uma História...Interculturais
Sugestões de Exploração
Um produto do Alto Comissariado para a Imigração e Minorias Étnicas (ACIME)
Autora: Bárbara Duque
Retirado de:
http://ec.europa.eu
Autora: Bárbara Duque
Retirado de:
http://ec.europa.eu
Materiais para formação e animação
Na página das Caritas Diocesanas - Centro de Recursos, poderá aceder a materiais para formação e animação.
ACEDER em
http://www.caritas.pt/cr/index.php?option=com_content&view=article&id=458&Itemid=12
domingo, 5 de janeiro de 2014
Desenvolver a Consciência Fonológica
O Conhecimento da Língua - Desenvolver a Consciência fonológica
Maria João Freitas; Dina Alves; Teresa Costa
sexta-feira, 3 de janeiro de 2014
ENTREVISTA a João Paulo Pereira
Entrevista
de Ana Rute Silva a João Paulo Pereira,
presidente da Associação Portuguesa de Psicologia da Saúde Ocupacional, que
saiu no Publico no dia 30.12.13, como título “As condicionantes socioeconómicas mundiais estão a retirar lucidez aos
empresários”
João Paulo Pereira, presidente da Associação
Portuguesa de Psicologia da Saúde Ocupacional, diz que o contexto actual leva
os gestores a reagir, em vez de agir. E, nas empresas, os trabalhadores estão à
beira de um ataque de nervos.
Exaustão, cansaço profundo, desmotivação. Um estudo recente da Associação Portuguesa de Psicologia da Saúde Ocupacional (APPSO) revela que cada vez mais os trabalhadores portugueses encaram o trabalho como uma mera tarefa para ganhar um salário. João Paulo Pereira, presidente da associação e professor no Instituto Superior da Maia, diz que há um “medo generalizado”, que adia a tomada de decisões importantes, de mudança de vida. Ao mesmo tempo, começa-se “de forma algo preocupante, a olhar para questões que envolvam os trabalhadores não como investimento, mas como despesa”.
Exaustão, cansaço profundo, desmotivação. Um estudo recente da Associação Portuguesa de Psicologia da Saúde Ocupacional (APPSO) revela que cada vez mais os trabalhadores portugueses encaram o trabalho como uma mera tarefa para ganhar um salário. João Paulo Pereira, presidente da associação e professor no Instituto Superior da Maia, diz que há um “medo generalizado”, que adia a tomada de decisões importantes, de mudança de vida. Ao mesmo tempo, começa-se “de forma algo preocupante, a olhar para questões que envolvam os trabalhadores não como investimento, mas como despesa”.
A APPSO analisou quase 33.900 casos
de trabalhadores ao longo de três anos. E concluiu que cada vez mais os
portugueses encaram o seu emprego como forma de apenas obter um salário no
final do mês. Porquê tanta insatisfação no trabalho?
Pelo que podemos ver nos resultados que temos obtido, existe por parte dos
portugueses uma fraca percepção da forma como se dedicam às suas tarefas e como
são recompensados. Há aqui alguns problemas do ponto de vida do reconhecimento
salarial, com todo o aumento da carga fiscal e com as contribuições de
solidariedade. Toda a dinâmica do trabalho e da implicação das pessoas na
organização passa a ser muito mecanicista. Trata-se de atingir um objectivo
que, muitas vezes não é o objectivo da tarefa per si, mas sim o de conseguir
chegar ao fim do mês e sobreviver.
Que consequências é que isso tem?
Há implicações a vários níveis, nomeadamente, na saúde física e mental e a
nível da disponibilidade das pessoas. Mediante uma situação mais instável da
economia e das empresas (que precisam de mais esforço dos seus trabalhadores
para conseguir ultrapassar barreiras), as pessoas não estão disponíveis. E não
falo de tempo.
Não estão disponíveis mentalmente para esse esforço?
Sim. As próprias organizações têm, depois, francos problemas porque dependem
das pessoas e da sua disponibilidade.
O problema não é a inexistência de um aumento salarial?
Não. Por um lado, é o reconhecimento salarial pela função, por outro pela
execução do trabalho. Hoje em dia com o aumento dos índices de desemprego,
cai-se numa estratégia que nunca é boa na gestão da carreira, na motivação e na
forma como atingem os objectivos. Há um medo generalizado de não conseguir e as
pessoas adiam sine die decisões a tomar sobre a sua vida.
Fazem tarefas nas quais não se reconhecem e o que obtêm como reconhecimento não
é compensador. Quando olhamos para as organizações e vemos que um conjunto
grande de pessoas estão nesta posição – felizmente não são todas – reduz-se
quase a questão ao nível salarial, quando não o é.
Quando o trabalhador aborda o empregador e fala sobre a
desmotivação que sente, estão a ser usados argumentos como “a tua sorte é teres
trabalho”?
Infelizmente, cada vez mais. E cada vez mais há um receio da parte dos
trabalhadores de colocarem em causa o que fazem. Vemos isso no comportamento
das pessoas e no que são algumas das despesas indirectas com o trabalho, como o
absentismo. Não está a crescer de forma tão drástica como antes. Não quer dizer
os trabalhadores não tenham razões para faltarem. Mas dadas as variáveis e a
envolvente social, e a diminuição das comparticipações sociais, trabalha-se em
piores condições de saúde. Se se avança para a baixa médica, no regresso há um
problema para resolver. Eventualmente o posto de trabalho foi ocupado.
Podemos também falar em investimento em acções de formação ou
iniciativas que envolvam os colaboradores no que é a cultura da empresa. Hoje
começamos, de forma algo preocupante, a olhar para questões que envolvam os
trabalhadores não como investimento mas como despesa.
Esse discurso repetido de que é preciso baixar salários e de que
o trabalhador é um custo imenso para a empresa deita, ainda mais, abaixo a
motivação?
Neste momento corremos o risco de cair numa dicotomia quase egoísta, em que
cada um olha para si. Por um lado, as empresas sabem que têm um conjunto de
pessoas disponíveis para trabalhar.
Facilmente podem substituir trabalhadores?
Exactamente. As organizações têm um investimento imenso quando colocam alguém
novo. Mas havendo um mercado disponível de recursos humanos, o custo baixa. Do
lado dos trabalhadores, isto faz com que adiem decisões e impede-os de fazerem
o seu balanço pessoal, quase como uma análise SWOT, onde elencam as ameaças e
oportunidades [SWOT é uma análise de Forças, Fraquezas, Oportunidades e Ameaças].
Se o fizessem seriam muito mais produtivos, mais felizes, dariam muito menor
despesa ao Estado.
Fazendo uma análise dessas, teriam de tomar decisões.
O problema é mesmo esse. Não é por acaso que assistimos à contínua subida do
consumo de antidepressivos e ansiolíticos. Olhando para 2013, os
antidepressivos aumentam mais porque muitas pessoas têm de optar apenas por um
destes medicamentos.
A crise é o principal motivo para esta infelicidade?
A troika não
é responsável por isto. Não é a crise em si. É evidente que é um factor que
potencializa um aumento. Mas quando olhamos para trás, verificamos que o
consumo de antidepressivos e ansiolíticos já estava a aumentar. E ganha
significância estatística a partir do momento em que se colocam em causa os
modelos do trabalho e quando chegam a Portugal os novos modelos.
Refere-se à flexibilidade laboral?
Sim. E uma maior exigência de adaptação das pessoas, que passam a estar num
permanente desafio face às suas competências. Já não há emprego seguro e o
próprio espaço de trabalho mudou. Cada vez mais há mais empresas a trabalhar em open
office, em escritórios virtuais, em sistemas em que o trabalhar
chega e não tem a sua secretária definida. Mesmo que em Portugal estejamos a
falar de pequenas e médias empresas. O grande impacto acaba por ser nesta
alteração na filosofia de trabalho que visa uma redução de custos na parte da
produção e logística, mas por outro lado, uma mudança na perspectiva cultural
do trabalho. Muitas vezes quando perguntamos a alguém o que faz a resposta é:
“Não estou a trabalhar na minha área”. Antes havia a expectativa de nos
aproximarmos mais da nossa área através das competências profissionais que
íamos demonstrando, do nosso envolvimento com o trabalho, da produtividade nos
seus vários índices, da energia. Esta é uma variável importante no nosso estudo
- é o tal quilómetro extra que por vezes é preciso fazer nas organizações.
Nesta matéria, coloca-se a questão da pertinência, ou não, das 40 horas
semanais de trabalho. Os estudos dizem-nos que a maior produtividade é atingida
entre as 25 e as 30 horas semanais.
O que é que 40 horas semanais acrescentam à produtividade?
As pessoas vão trabalhar mais tempo pelo mesmo quantitativo em termos do que é
a negociação laboral que têm. Será que vai resultar? Os estudos dizem-nos que
não. A perspectiva é olhar para as organizações através das pessoas. Quando são
pensadas, todas as empresas são perfeitas. Ao colocarmos pessoas, colocamos
diferentes formas de ver, de olhar os objectivos traçados. As organizações de
sucesso são as que conseguiram desenvolver uma capacidade de resiliência, e de
encontrar objectivos comuns. Falo de variáveis como o sentimento de comunidade
e de justiça que se traduzem no sentimento de que “vale a pena estar aqui”.
As empresas saudáveis são as que ouvem os seus trabalhadores?
Sim. Aliás, faz todo o sentido. Sabemos que o sucesso de gestão de pessoas
depende muito do que é o envolvimento (engagement),
o compromisso assumido num objectivo comum, que é o sucesso de ambos: uma
relação em que todos ganham no estabelecimento da parceria. Organizações
saudáveis são as mais produtivas, as que têm menores índices de turnover
[rotação de pessoal], onde existem os mesmos problemas do que nas outras
empresas mas têm estratégias para lhes fazer face.
Como é que avalia as empresas portuguesas? Aparentemente, e
tendo em conta os resultados do estudo, não são assim tão saudáveis.
Não são saudáveis. Quando digo isto, não quer dizer que seja uma
responsabilidade directa dos empresários. Estou a dizer que as condicionantes
socioeconómicas mundiais estão a retirar alguma lucidez aos empresários para
conseguirem perceber o que podem fazer, para agir em vez de reagir.
O foco tem sido sobreviver para continuar a pagar salários.
É o reagir e não o agir. Mas se traçarmos um plano realista face ao cenário que
temos é mais fácil criar alternativas. O que é necessário, neste momento, é que
haja um plano A, um B e um C. Se houver, existe uma sensação de controlo por
parte de quem tem a responsabilidade de gestão. Esses planos têm de ser do
conhecimento das pessoas. Muitas vezes, neste mecanismo de reacção, ainda se
pede mais dos colaboradores. É interessante olhar para os índices de acidentes
de trabalho e os incidentes – que geralmente não valorizamos mas que potencialmente
poderiam vir a ser acidentes. Quando as pessoas se envolvem menos, facilitam
mais, andam com o arnês mal colocado ou sem o capacete. As pessoas estão a
reagir e não se preparam para a acção.
Os trabalhadores portugueses estão a atingir níveis preocupantes
de exaustão laboral?
Diria que os trabalhadores portugueses estão à beira de um ataque de nervos. As
pessoas motivadas cansam-se tanto como as outras. A diferença é no tempo de
recuperação. Uma boa noite de sono ou um fim-de-semana bastam para recuperar.
Quando analisamos o burnout, por exemplo, há uma
variável protectora que é a da “realização”: independentemente de eu estar mais
ou menos realizado, sinto que o que faço é reconhecido. Podendo até não ser um
trabalho da minha área. Mas quando vemos que os índices de realização estão a
baixar e as pessoas estão cada vez mais cansadas, quando se levantam de manhã
em vez de dizerem: “Que bom vou trabalhar”, dizem “que aborrecimento, vou
trabalhar”.
Um fim-de-semana ou uma boa noite de sono já não são
suficientes?
Não. Nas redes sociais até é visível. O dia de felicidade no fim-de-semana
agora é o sábado. Estamos reduzidos a 24 horas. Sexta-feira ainda se trabalha,
mas é o dia de preparação para a felicidade: começamos a ver posts engraçados no final do dia, com o
Garfield a sorrir. No Domingo, o Garfield está triste pela antecipação da
segunda-feira. Reduzimos a nossa capacidade de energia de bem-estar e de
qualidade de vida a um dia por semana. Fazendo esta redução estamos a colocar
em risco a energia que teremos para o resto dos cinco dias de trabalho. Além
disso, cada vez mais e em mais situações esta questão da divisão da semana em
cinco dias de trabalho e dois de descanso deixa de existir. Os jornalistas e os
professores são bons exemplos disso. Dou aulas há 20 anos e cada vez mais ao
fim-de-semana trabalho. Para uma boa parte das pessoas, o fim-de-semana e as
férias já não são sinónimo de descanso. Quantas vezes não levamos o telemóvel
connosco, sempre contactáveis e com acesso ao e-mail? Aqui estão as tais
variáveis da mudança da filosofia do trabalho. O trabalho está pensado de outra
forma, mas como é que nos adaptámos a isto?
As novas tecnologias podem ser usadas a nosso favor?
No limite sim. Mas há uma variável que estraga isto: o tempo. Ele não estica.
Teremos falta de tempo ou será que, com o tempo que temos, estamos a
organizá-lo pior? Fabricámos esta realidade mas ainda não nos adaptámos a ela
em termos culturais. Estamos numa zona cinzenta. E a isto se juntaram outras
variáveis que põem em causa a sobrevivência económica das empresas e, em
consequência, das pessoas.
A crise surgiu, assim, numa altura de mudança profunda no
trabalho, e de disseminação de novas tecnologias. É tudo isto junto que traz
infelicidade?
Sim, mas eu não conheço no mundo nenhum povo tão fantástico como os
portugueses. Nas suas competências, na sua capacidade adaptativa, resiliência e
esforço. Nós cumprimos como mais ninguém, somos espectaculares. É preciso
fazer, fazemos. Estamos a viver uma situação económica e social complexa. Penso
que não é uma crise, é uma mudança de paradigma. Nada será como dantes. Isto
implica todo um processo de adaptação e as pessoas terão de agarrar nas suas
várias áreas de vida e reajustarem-se. Somos fantásticos a fazer isso. O
problema é que este processo obriga a uma série de sacrifícios. E uma das
coisas que faz falta para os portugueses aproveitarem realmente as suas
capacidades é perceberem porque é que têm de o fazer. Penso que deixaram de
acreditar nas pessoas que explicam.
quinta-feira, 2 de janeiro de 2014
Pensamento 27 - PENSAMENTO CRÍTICO
MAS...
“Desconfiai
do mais trivial, na aparência singelo. E examinai, sobretudo o
que parece habitual. Suplicamos expressamente: não
aceiteis o que é de hábito como coisa natural, pois em tempo de
desordem sangrenta, de confusão organizada, de arbitrariedade
consciente, de humanidade desumanizada, nada deve
parecer natural, nada deve parecer impossível de mudar.”
Bertolt Brecht
A minha 1ª mensagem , em 2014
A minha 1ª mensagem , em 2014
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