Artigo de CLARA VIANA que saiu no Publico de hoje 27.1.17, com o título "Educação sexual: responder a perguntas sim, adiantar informação não":
"Daniel Sampaio defende que a
metodologia é o mais importante na abordagem das questões relativas à educação
sexual.
O psiquiatra Daniel Sampaio, que integrou o
grupo de trabalho que esteve na base da lei que introduziu a educação sexual
nas escolas em 2009, não tem dúvidas de que a interrupção voluntária da
gravidez (IVG) deve ser introduzida como um conteúdo a abordar no 2.º ciclo de
escolaridade. E por razões até preventivas: “Como a primeira menstruação nas
raparigas está a aparecer cada vez mais cedo, podem iniciar a sua vida sexual e
engravidar.”
Daniel Sampaio tem contudo um grande
"mas" a colocar a esta abordagem e que se prende com a metodologia.
“É sempre o mais importante. A IVG, como aliás todos os aspectos da educação
sexual, devem ser abordados a partir das dúvidas levantadas pelos jovens”. “Não
se deve adiantar informação nessas idades que não seja solicitada”, resume.
Quanto às críticas a
esta abordagem, lembra que são “as mesmas vozes” que se opuseram à introdução
da educação sexual nas escolas, por entenderem que esta é uma missão que compete
às famílias. “Só que os jovens estão muitas horas nas escolas e os pais estão a
trabalhar, por isso a escola deve ser aproveitada como espaço” para estas
aprendizagens, diz, ressalvando que os pais “devem ser ouvidos” sobre este
processo."
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