Realizou-se ontem no Porto uma sessão com o título "Sexualidade: tudo o que querias saber mas não ousavas perguntar", organizada pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto.
Estiveram presentes 300 jovens, dos 13 aos 18 anos.
Três especialistas em psiquiatria e sexologia - Margarida Braga, Gabriela Moita e Manuel Esteves -, moderados pelo psiquiatra Rui Mota Cardoso, esclareceram as duvidas dos jovens.
De acordo com o artigo de Alexandra Campos publicado no Jornal Publico de 15.11.11, aqui estão as perguntas e respostas da Psicóloga Gabriela Moita (http://gabrielamoita.no.sapo.pt/)
As mulheres gostam mais da penetração de homens de raça branca ou negra?
Gabriela Moita: Esta pergunta contém muitas perguntas. Vou dividi-las: As mulheres gostam mais de penetração? Desde logo, [a penetração], para muitas mulheres, não é o que dá mais prazer. O centro do prazer da mulher não é propriamente a vagina. Mas o que esta pergunta esconde é o medo de que o pénis não tenha o tamanho suficiente. A cor não é importante. E o tamanho também não tem importância. A zona mais sensível [da mulher] tem seis centímetros e o terço externo da vagina tem dois. Alguém pensa que um pénis tem menos de dois centímetros? [Risos]. O prazer está mais associado a todo o encontro erótico.
Como localizar e como estimular o ponto G?
Gabriela Moita: Dentro da sexologia não há acordo [sobre o ponto G]. Alguns estudos apontam para a possibilidade de um ponto que possa dar mais prazer, mas isto não é consensual. O grande drama é quando, em vez de procurar o prazer, se começa a procurar o ponto G ["ponham binóculos", sugere um rapaz na assistência].
A masturbação é saudável?
Gabriela Moita: Se a resposta fosse sim, isso significaria que teríamos que pôr todas as pessoas a masturbar-se. A resposta é: não faz mal à saúde. Não faz mal e tem a vantagem de servir como fantasia para preparação do primeiro encontro sexual.
Como é que gosto desta pessoa que me faz tanto mal?
Gabriela Moita: A ideia de que o amor é a coisa mais bonita e tudo cura é das mais erradas. É grave dizer: "É uma pessoa tão excepcional que se consegue manter naquela relação." Há pressões sociais e ideias feitas que nos impedem de tomar decisões. Felizmente, vivemos numa época em que não há nada que deva ser para toda a vida.
E se o preservativo romper?
Gabriela Moita: Podem dirigir-se a um centro de apoio a adolescentes ou a centros de saúde onde provavelmente vão receitar a pílula do dia seguinte. Em último caso, vão buscar à farmácia [sem receita].
O que é o sexo tântrico?
Gabriela Moita: Não sei explicar. Tem a ver com timings, capacidade de sentir, diminuição da ansiedade e possibilidade de elevar o prazer ao máximo com o esforço mínimo. É um jogo de encontro com o outro que leva horas.
É verdade que há uma doença da mulher dos 200 orgasmos?
Gabriela Moita: No século XIX, a mulher doente era aquela que tinha um orgasmo. Um especialista nessa altura até escreveu : "Existem algumas mulheres que podem ter prazer sexual e não são ninfomaníacas". São as épocas que vão definindo o que está certo ou não. Digamos que ter 200 orgasmos será para alguém que tem sorte e tempo...
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