segunda-feira, 27 de maio de 2019

Burnout já é classificado como uma doença pela Organização Mundial da Saúde


A lista onde se inclui esta síndrome entra em vigor em Janeiro de 2022

burnout – síndrome do esgotamento profissional – já entrou oficialmente na Classificação Internacional de Doenças (CID) da Organização Mundial da Saúde (OMS). A aprovação da 11.ª revisão desta lista, que também inclui os videojogos como uma doença mental, aconteceu no sábado durante a 72.ª assembleia da OMS em Genebra. 
“Esta é a primeira vez” que o burnout é incluído nesta classificação, referiu Tarik Jasarevic, porta-voz da OMS, citado pela agência AFP. Esta síndrome foi incluída na 11.ª revisão da CID, que tem como objectivo padronizar a codificação das doenças e outros problemas relacionados com a saúde e que entrará em vigor em 2022.
“A CID-11 foi actualizada para o século XXI e reflecte os avanços críticos na ciência e na medicina”, lê-se num comunicado da OMS. O rascunho da actualização desta lista foi lançado no ano passado depois das recomendações de vários especialistas em saúde de todo o mundo. No comunicado, adianta-se que a CID-11 é completamente electrónica e pode ser incorporada em aplicações electrónicas de saúde e sistemas de informação, “tornando esta ferramenta muito mais acessível”.
Nesta lista, reconhecem-se os “distúrbios com videojogos” e o comportamento sexual compulsivo como transtornos mentais e muda-se a classificação do transgenderismo dos transtornos mentais, passando-a para o capítulo das “perturbações relacionadas com a saúde sexual”. O burnout inclui-se no capítulo dos “problemas associados com o emprego e o desemprego” e tem o código QD85 (https://icd.who.int/).
Na lista, burnout é definido como “uma síndrome que resulta de um stress crónico no local de trabalho que não foi bem gerido”. Também se destaca: “O burnout refere-se especificamente a fenómenos no contexto profissional e não deve ser aplicado para descrever experiências noutras áreas da vida.”
Ao todo, descrevem-se três dimensões desta síndrome: sensações de esgotamento de energia ou exaustão; aumento da distância mental do emprego ou sentimentos de negativismo e de cinismo relativamente ao emprego; e uma reduzida eficácia profissional.
Fonte: Jornal Publico de 27.05.19

AFINAL NÃO É
(em outro artigo do Publico datado de 7.6.2019):

A Organização Mundial de Saúde (OMS) trouxe para a ribalta o problema do burnout (exaustão laboral extrema) ao dar-lhe relevo durante o anúncio da aprovação da 11ª revisão da sua lista de doenças e problemas de saúde. Foi na semana passada, no final da assembleia da OMS, e os media apressaram-se a anunciar, com estrépito, que o burnout já era considerado uma doença.Afinal não é. É um “fenómeno relacionado com o trabalho” e só com o trabalho, esclareceu a organização das Nações Unidas, sublinhando que os media não compreenderam a mensagem transmitida no final da assembleia que aprovou a nova International Statistical Classification of Diseases and Related Health Problems (ICD-11). Foi um “mal-entendido que conduziu a uma informação incorrecta divulgada pelos media”, precisou, por escrito ao PÚBLICO, o porta-voz da OMS Tarik Jasarevic.
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