sábado, 31 de dezembro de 2011

Feliz Ano Novo !

Passagem de Ano na Madeira

A todos os que visitam este blogue (20.000 visualizações de páginas ao fim de 1 ano e meio - obrigada pela visita), votos de Feliz Ano 2012.
Imagem retirada do blogueO melhor de portugal está aqui

sábado, 24 de dezembro de 2011


O portal RCAAP constitui-se como um ponto único de pesquisa, descoberta, localização e acesso a milhares de documentos de carácter científico e académico, nomeadamente artigos de revistas científicas, comunicações a conferências, teses e dissertações, distribuídos por inúmeros repositórios portugueses.
Aceder ao rcaap.pt

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Recursos de psicologia em contexto escolar.


Trata-se de Uma fonte de Recursos Pará como intervenções dos Psicólogos em contexto escolar, mas also Pará pais e educadores, NAS áreas de Dificuldades de aprendizagem, autismo, Avaliação Psicológica, hiperatividade, Entre Otras Temáticas.


quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Estudo de caso - Orientação vocacional

O ultimo relatório O Estado da Educação 2011 – A Qualificação dos Portugueses, faz um balanço sobre a evolução das qualificações dos portugueses entre 2000 e 2010, sendo da responsabilidade do Conselho Nacional de Educação.
Na parte final deste relatório, é apresentado uma breve síntese da situação portuguesa em termos de intervenções de Orientação Vocacional (OV), nas escolas, e também um estudo de caso - A Orientação Vocacional na Intervenção do Serviço de Psicologia e Orientação (SPO) de uma escola secundária da rede pública de ensino do distrito de Lisboa, denominada escola X
Sobre este estudo de caso, reproduz-se o texto do relatório:
O objectivo principal do presente estudo, como se referiu na Introdução, consistiu na caracterização de uma experiência de intervenção em orientação vocacional (OV), numa escola secundária da rede pública de ensino do distrito de Lisboa, escolhida em virtude de se distinguir pela oferta de diferentes percursos formativos aos jovens estudantes e também por dispor de uma experiência já cimentada no domínio da orientação vocacional. Pag 216.

Sobre este estudo de caso poderá ter interesse consultar os seguintes pontos relativos a:
  • Valorização da OV pela escola
  • A intervenção em OV de iniciativa do SPO
  • A OV no currículo
  • A mobilização das famílias para o apoio à OV dos filhos
  • A mobilização da comunidade local no apoio à OV dos jovens e a coordenação com outros serviços
Uma das recomendações deste relatório:
- A melhoria dos processos de informação e de orientação escolar e profissional e da cobertura da rede escolar.

Consultar o relatório AQUI ou https://drive.google.com/

EXEMPLO de RELATÓRIO de ORIENTAÇÃO VOCACIONAL:
http://uniarea.com/wp-content/ ou https://drive.google.com

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Lembrar o Bullying

Um parte da crónica de Daniel Sampaio* publicado na Pública de ontem, com o título “Lembrar o Bullying”:
Interessa compreender estes fenómenos de intimidação/provocação de uma forma mais global. Quando se pensa no agressor, a ideia imediata é de o considerar doente psicologicamente e de o remeter para uma consulta de Psiquiatria, em muitos casos difícil de obter. A vítima é sentida como frágil e muitas vezes protegida (tem havido progresso na detecção da violência), mas quase sempre é esquecido que o bullying segue o seu caminho escondido através da provocação fora da escola, pelos telemóveis e pela Internet, em frases ou imagens de uma violência extrema: se a criança do 1.º ciclo é humilhada por ser gorda, o adolescente do 7.º ano é ridicularizado pela sua timidez ou insegurança.
A abordagem global permite compreender que os papéis do agressor e da vítima só são mantidos pelo (não) envolvimento dos estudantes-testemunha, que a tudo assistem sem nada fazer. Esses observadores, que fingem nada ter a ver com o assunto, são os elementos-chave da mudança, porque os agressores só fazem o que os estudantes-testemunha permitem que aconteça. O comportamento destes alunos interage com os agressores e com as vítimas de modo a manter/ suster os comportamentos violentos, por isso o bullying é um processo, nunca só uma pessoa ou duas: se o agressor é o protagonista poderoso e a vítima o protagonista submisso, a testemunha passiva e, no limite, toda a escola, é a audiência que permite aquele teatro de demonstração de poder e de humilhação.
...
Daniel Sampaio é psiquiatra e terapeuta familiar.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

A legislação do ME

Para consultar a legislação do Ministério da Educação, aceder ao Boletim Mensal de Legislaçãoaqui.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Amor nas redes sociais


Raquel Camarinha Barbosa é psicóloga e professora da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto. Entrevistada pelo P3 do Jornal Público sobre as relações que se estabelecem online, responde à pergunta:

De que modo uma relação à distância pode contribuir para uma falsa idealização do parceiro?
Raquel C. Barbosa: Claro que sim, todas estas transformações - estes novos modelos "cibernéticos" de comunicação e de relacionamento - poderão atrair os indivíduos justamente pela maior possibilidade de criar uma realidade imaginária. Mais facilmente se podem selecionar aspetos da sua personalidade que acreditam serem favoráveis em benefício próprio e para o desenvolvimento da relação, havendo um maior controlo daquilo que é partilhado.
Dessa forma, a interação "online" será mais útil na consolidação da idealização do que na formação de vínculos, como relacionamentos amorosos, ou de amizade. Continuo a acreditar que, sobretudo os relacionamentos amorosos, exigem níveis de intimidade muito mais elevados do que uma rede de interlocução virtual pode oferecer.

Imagem retirada daqui.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Fazer apresentações



De Bruno Loureiro

“Stress”é o esforço físico, emocional e mental que se sente quando a vida usa demasiadamente a nossa energia.
Todos nós sentimos pressão no nosso dia-a-dia. Adaptar-se a um nova escola, por exemplo,  e criar uma nova vida pode causar muita pressão. Ela pode ser causada pela dificuldade de fazer certas coisas, tais como procurar trabalho ou aprender Inglês ou por coisas que deveriam ser divertidas como sair para conhecer pessoas ou criar novos amigos.
Pressão não pode ser evitada, mas as pessoas podem aprender como lidar com ela para que possam gozar a vida e reduzir a hipótese de virem a ficar doentes fisicamente ou mentalmente. Podem continuar com as actividades que os/as ajudava a sentir bem e calmos/as. Talvez tenham também que tentar novos métodos para reduzir a pressão.

Sugestões para lidar com o stress
Aqui estão algumas maneiras para lidar com o stress:
  • Seja flexível – saiba o que pode ser mudado e o que não pode. Concentre-se em coisas que podem ser controladas.
  • Ria-se muito – isso solta a tensão. Conte algumas anedotas, veja uma comédia, um filme cómico na televisão ou leia coisas divertidas.
  • Respire devagar - tire uns minutos do dia para andar mais lentamente e respire fundo e devagar. Isso relaxa o corpo e a mente.
  • Não se importe se fizer algum erro. Ninguém é perfeito e todos devem aprender através dos próprios erros.
  • Encare os problemas um de cada vez. É mais fácil resolver problemas quando eles são divididos, em vez de tentar lidar com tudo ao mesmo tempo.
  • Fale com outros sobre os seus problemas – partilhar um problema pode parecer mais maleável. Um amigo, conselheiro, ou colega de trabalho talvez esteja a passar pelo mesmo. Eles talvez possam até oferecer alguns conselhos.
  • É normal sentir-se triste – mudanças podem trazer um sentimento de perda da maneira como as coisas costumavam ser. Isto é verdade mesmo quando a mudança melhorou a qualidade de vida. Deve-se tirar tempo para lamentar uma perda e ajustar lentamente. Angústia também solta a tensão.
  • Aprenda a dizer “não” ao fazer muito. Pode ser difícil no início, mas seja realista – uma pessoa não pode fazer tudo.
  • Apanhe ar fresco – fazer exercícios e sair de casa pode ajudar a mente e o corpo se sentir melhor.
  • Brinque mais – divirta-se, é uma maneira natural para soltar os músculos presos. Tente divertir-se com um amigo, uma criança ou um animal de estimação.
  • Leia um livro ou uma revista que goste. Talvez lhe tire a idéia dos seus problemas por um tempo.
  • Meditação ou yoga pode ajudar uma pessoa a relaxar acalmando a mente. Yoga também estica os músculos gentilmente.
 Fonte: Centre for Addiction and Mental Healthhttp://www.camh.net/
Imagem retirada de Raizes.pt.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Direitos humanos e educação


Samantha Besson vem anualmente a Lisboa para um seminário da  Católica Global School of Law. Especialista suíça em legislação de direitos humanos, quer fazer dos cépticos melhores cépticos.

Em entrevista à revista Pública, desta semana, a jornalista Claudia Sobral coloca a pergunta:
Também no seminário Law in a European and Global Context quer “preencher lacunas no ensino tradicional dos direitos humanos”. Quais são essas lacunas?

Samantha Besson : Uma delas é precisamente o que mencionei: ensinarmos direitos humanos desligados da  moralidade e da política. É um empobrecimento e dá azo a este discurso de que os direitos humanos são a única moeda, como se eles fossem solução para tudo. A segunda é que se tende a ensinar direito europeu dos direitos humanos sem referências ao direito internacional ou aos direitos internos. Isto leva a uma perda de perspectiva em questões como a legitimidade do direito internacional dos direitos humanos. Só podemos responder a essas questões com referências culturais, por exemplo, se ligarmos os direitos humanos internacionais aos direitos humanos e às práticas domésticas. Afinal, é aí que eles vão ser aplicados e interpretados.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Artigos de acesso livre da APA

O ano está a terminar, o que nos permite fazer uma recolha dos artigos de acesso livre das conferências/ Jornais da American Psychological Association (APA), neste ano de 2011. Aceder aqui. 

Free Management Library

Em Free Management Library poderá ter acesso livre a artigos que podem promover o seu desenvolvimento pessoal, dos grupos e das organizações. Aceder aqui.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

sábado, 3 de dezembro de 2011

Revista Galego-Portuguesa da Psicoloxía e Educación


Trata-se de uma revista de estudos e investigação sobre a Psicologia e a Educação.
Os Editores são a Universidade da Coruña e a Universidade do Minho. Alguns artigos são de acesso livre.
Aceder aqui.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011



Este pequeno documentário retrata a vida de crianças e adolescentes que vivem com pais alcoólicos.
Foi retirado de: http://www.nfb.ca/film/children_of_alcohol

Resiliência - sugestões para as famílias


Edward Hopper Reclining Nude

Resiliência é a capacidade de se recuperar com rapidez e eficácia depois de uma crise. 
Acreditava-se que uma pessoa ou tinha resiliência ou não tinha. Na actualidade a partir das investigações, entendemos que a resiliência pode e deve ser aprendida.

As ligações afectivas
  • As ligações afectivas são importantes para a resiliência.
  • É importante o seu filho partilhar valores semelhantes, crenças e ideais com adultos (amigos, professores, religiosos e grupos culturais e extracurriculares treinadores e colegas).
  • É importante o convívio familiar saudável, o que leva a um aumento de sentimentos positivos e de sentimentos de pertença.
A escola
  • É importante que os pais /enc. educ. se mantenham ligados à escola (informados, participativos nas actividades que envolvem o educando).
  • É importante confiar que é necessário aprender com exigência.
Em casa
  • É importante o seu filho ter as suas responsabilidades, o que inclui a realização de tarefas familiares, com regras claras e em torno de comportamentos aceitáveis.
  • É importante para o seu filho ver os adultos empenhados no seu desenvolvimento global e no bem-estar emocional.
  • É importante criar oportunidades para encorajar e elogiar o seu filho,  para cumprir metas, a se comportar de forma adequada, e a tratar os outros com gentileza e respeito.
  • É importante o seu filho ajudar os outros (com actos de bondade). Quando ajudamos os outros, mesmo quando estamos a ter dificuldades, podemos melhorar a nossa capacidade de resistência. Estas atitudes não só podem contribuir para uma visão mais positiva do mundo à sua volta, mas podem realmente aumentar a resiliência.
  • É importante o seu filho desenvolver o pensamento crítico;
  • É importante o seu filho desenvolver  habilidades de gestão de conflitos e de comunicação.
  • É importante que ouça, muitas vezes as mesmas histórias que ele lhe conta. Responda às perguntas de forma clara e concisa, tendo em conta os níveis de desenvolvimento dos seus filhos, espelhando que o compreende embora possa discordar das suas atitudes (se for esse o caso). Estar disponível para o seu filho para discutir acontecimentos, aumenta diariamente as chances de que seu filho também vai procurá-lo para discutir as situações difíceis.
Elaborado com base em: Building Resilience in Our Children ,Robin H. Gurwitch, Ph.D. University of Oklahoma Health Sciences Center;National Center for School Crisis and Bereavement
  

sábado, 26 de novembro de 2011

Os programas de saúde mental nas escolas.

A American Academy of Pediatrics edita um jornal oficial que constitui uma importante fonte de recursos de artigos científicos na área da saúde de crianças, adolescentes e suas famílias.
Publicado neste jornal, o artigo School – Based Mental Health aborda a importância dos programas de prevenção da saúde mental em contexto escolar. Estes programas pretendem melhorar o acesso ao diagnóstico e tratamento dos problemas na área da saúde mental, em crianças e adolescentes.
O artigo recomenda que pediatras, educadores e especialistas de saúde mental, devem trabalhar em conjunto de modo a implementar nas escolas, serviços eficazes neste âmbito.
Neste mesmo Jornal, poderá consultar artigos sobre diferentes temáticas, tais como a resiliência, hiperatividade, suicídio, depressão, entre outras. Muitos são de acesso livre.
Aceder ao artigo, aqui

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Cidadania e Segurança



O módulo curricular não – disciplinar Cidadania e Segurança constitui uma componente do programa de desenvolvido sobre a coordenação da Equipa de Missão para a Segurança Escolar que visa promover nos alunos atitudes e comportamentos de civilidade e segurança.
O público-alvo são os alunos de 5º ano, mas poderá ser útil para outros anos de escolaridade.


segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Ataques de pânico



Ataques de pânico parecem vir do nada, mas a pesquisa encontra que os sintomas aparecem até uma hora antes de o doente está consciente do ataque.
Aceder ao artigo da Scientific American. "Panic attack sufferers are unaware of symptoms."

domingo, 20 de novembro de 2011

Stress e depressão - Manuais



Barbara Kruger, Untitled (o seu corpo é um campo de batalha), 1989
Fundação Broad Art

Os arquivos para download abaixo mencionados, constituem programas de prevenção para ajudar adolescentes a lidar com o stress, e que se encontram também em risco de depressão.
Encontram-se citados pelo Journal of American Medical Association (JAMA).
São para uso de profissionais de saúde mental e enquadram-se no modelo cognitivo-comportamental.
Poderá aceder ao "Manual Terapeuta download" e ao "Workbook Downloadable Teen".
Basta clicar no nome do arquivo para abri-lo no programa Adobe Acrobat Reader.
Aceder aqui. aos arquivos.



sábado, 19 de novembro de 2011

"Novamente a dois" por Manuel Peixoto

Amadeo Modigliani Jacques Lipchitz e a sua esposa

Ninho vazio é uma expressão que os psicólogos utilizam para retratar aquelas situações em que os filhos saem de casa para ir estudar para o ensino superior, por exemplo, e a casa passa a ser constituída só pelo casal. É uma sensação de que o ninho ficou vazio.
Sobre esta e outras transições, o texto publicado de Susana Almeida Ribeiro no Life&Style, datado de 24.08.11 que integra os comentários de Manuel Peixoto, psicólogo e terapeuta familiar:

"Contactado pelo Life&Style, Manuel Peixoto, terapeuta familiar e de casal, explica que a desagregação matrimonial é mais comum em casais que, depois de serem pais, sempre privilegiaram uma relação “triangular” (mediada por um filho). “O problema é mais grave quando aquilo que aguentava o casal era a função parental e não a função conjugal”, resume o psicólogo.
Manuel Peixoto realça a importância da “prevenção” em toda esta transição. “É importante o casal ir fazendo saídas a dois, fins-de-semana...”, sublinha. Se esta “prevenção” não for feita, quando o casal volta a ter tempo e espaço doméstico exclusivamente conjugal, não sabe como preenchê-lo.
“Alguns casais conseguem ultrapassar isto e outros não, até porque este período coincide com outros eventos complicados na vida de uma pessoa, nomeadamente a reforma, a menopausa e a andropausa e a existência de netos, que implica a admissão da própria velhice”, explica o psicólogo.
Em muitos casos a rutura é inevitável, especialmente se um dos membros do casal encetar um relacionamento extraconjugal, algo relativamente comum, explica Manuel Peixoto. Nesses casos, o psicólogo aconselha terapia familiar e conjugal.
Manuel Peixoto recomenda igualmente aos dois membros do casal que se mantenham ativos, seja através de projetos de voluntariado, inscrição em universidades seniores, férias ou viagens.
Se já passou ou está a passar por esta fase, saiba, porém, que há igualmente muitos aspetos positivos a considerar. Em 2010, uma sondagem feita no Reino Unido a pais de jovens que tinham saído de casa há pouco tempo anotou as seguintes vantagens: genericamente, os pais sentiram-se “mais jovens”, passaram a ter mensalmente mais 680 euros ao seu dispor, aumentaram o seu leque de amigos, experimentaram novos hobbies e sentiram que a relação do casal melhorou."

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Efeitos do stress na infância


Ansiedade na infância e depressão podem alterar a forma como a amígdala se liga a outras regiões do cérebro. Este descoberta, pode ajudar a explicar como o estress precoce pode levar a futuros problemas emocionais e comportamentais.
Saber mais o artigo Mental Illness: Early-Life Depression and Anxiety Changes Structure of Developing Brain publicado online a 15.11.11 na Science Daily

Imagem retirada de http://www.blog-medico.com.



quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Gabriela Moita sobre Sexualidade

Henri Matisse Le bonheur de vivre
Realizou-se ontem no Porto uma sessão com o título "Sexualidade: tudo o que querias saber mas não ousavas perguntar", organizada pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto.
Estiveram presentes 300 jovens, dos 13 aos 18 anos.
Três especialistas em psiquiatria e sexologia - Margarida Braga, Gabriela Moita e Manuel Esteves -, moderados pelo psiquiatra Rui Mota Cardoso, esclareceram as duvidas dos jovens.
De acordo com o artigo de Alexandra Campos publicado no Jornal Publico de 15.11.11, aqui estão as perguntas e respostas da Psicóloga Gabriela Moita (http://gabrielamoita.no.sapo.pt/)

As mulheres gostam mais da penetração de homens de raça branca ou negra?
Gabriela Moita: Esta pergunta contém muitas perguntas. Vou dividi-las: As mulheres gostam mais de penetração? Desde logo, [a penetração], para muitas mulheres, não é o que dá mais prazer. O centro do prazer da mulher não é propriamente a vagina. Mas o que esta pergunta esconde é o medo de que o pénis não tenha o tamanho suficiente. A cor não é importante. E o tamanho também não tem importância. A zona mais sensível [da mulher] tem seis centímetros e o terço externo da vagina tem dois. Alguém pensa que um pénis tem menos de dois centímetros? [Risos]. O prazer está mais associado a todo o encontro erótico.

Como localizar e como estimular o ponto G?
Gabriela Moita: Dentro da sexologia não há acordo [sobre o ponto G]. Alguns estudos apontam para a possibilidade de um ponto que possa dar mais prazer, mas isto não é consensual. O grande drama é quando, em vez de procurar o prazer, se começa a procurar o ponto G ["ponham binóculos", sugere um rapaz na assistência].

A masturbação é saudável?
Gabriela Moita: Se a resposta fosse sim, isso significaria que teríamos que pôr todas as pessoas a masturbar-se. A resposta é: não faz mal à saúde. Não faz mal e tem a vantagem de servir como fantasia para preparação do primeiro encontro sexual.

Como é que gosto desta pessoa que me faz tanto mal?
Gabriela Moita: A ideia de que o amor é a coisa mais bonita e tudo cura é das mais erradas. É grave dizer: "É uma pessoa tão excepcional que se consegue manter naquela relação." Há pressões sociais e ideias feitas que nos impedem de tomar decisões. Felizmente, vivemos numa época em que não há nada que deva ser para toda a vida.

E se o preservativo romper?
Gabriela Moita: Podem dirigir-se a um centro de apoio a adolescentes ou a centros de saúde onde provavelmente vão receitar a pílula do dia seguinte. Em último caso, vão buscar à farmácia [sem receita].

O que é o sexo tântrico?
Gabriela Moita: Não sei explicar. Tem a ver com timings, capacidade de sentir, diminuição da ansiedade e possibilidade de elevar o prazer ao máximo com o esforço mínimo. É um jogo de encontro com o outro que leva horas.

É verdade que há uma doença da mulher dos 200 orgasmos?
Gabriela Moita: No século XIX, a mulher doente era aquela que tinha um orgasmo. Um especialista nessa altura até escreveu : "Existem algumas mulheres que podem ter prazer sexual e não são ninfomaníacas". São as épocas que vão definindo o que está certo ou não. Digamos que ter 200 orgasmos será para alguém que tem sorte e tempo...







terça-feira, 15 de novembro de 2011

As radiações do telemóvel

Com o título A doença do século? o Professor António Gentil Martins, assina este texto publicado no Jornal Público no dia 10.11.11, sobre os efeitos dos telemóveis para a saúde:

Sempre pensámos que não é lícito extrapolar experiências com ratos com o que acontecerá no homem: porém, esses resultados não podiam ser simplesmente ignorados. Por outro lado, estudos feitos no ser humano, embora não seguramente esclarecedores, apontavam para indiscutíveis perigos, que agora, com a sua idoneidade, a Organização Mundial de Saúde veio confirmar. Daí impor-se ter consciência dos problemas e saber como melhor utilizá-los, agora que se tornaram, como os computadores, um elemento indispensável no mundo dito civilizado.
Assim sendo, e não conseguindo prescindir do seu uso, importa fazê-lo com moderação e prudência, usando as suas vantagens mas evitando, tanto quanto possível, os seus inconvenientes. Cada um deve, pois, decidir-se, estando consciente do que faz.
Vantagens: facilidade de comunicação, mobilidade, mais as que cada qual achar ou entender.
Desvantagens: Perigo de ficar "viciado" no seu uso; contas telefónicas crescentes e insustentáveis; perigo pelas radiações electromagnéticas, de baixa frequência: dores de cabeça, zumbidos, náuseas, calor local Insónias, fadiga; maior incidência de tumores cerebrais; perdas de memória, dificuldades de aprendizagem; dificuldades de visão, ardor irradiando à face; alergias cutâneas e sensação de queimadura; lesões genéticas nos glóbulos do sangue (quebra do DNA ).
Como minimizar as desvantagens: Fale durante o menor tempo possível (só recados curtos e nunca longas conversas, como os namorados gostam de fazer). Afaste, quanto possível, o telemóvel da cabeça, ao atender (pois é nesses momentos que se produz mais radiação. Use alternadamente o lado esquerdo e o lado direito. Ao ligar e ao atender faça uma pequena espera (é ao ligar e desligar que a radiação é mais intensa). Tenha sempre o telemóvel com a carga máxima (com carga baixa emite mais radiação). Afaste-se dos outros quando fala. Evite falar no carro (mesmo parado...) ou em espaços fechados. Os objectos metálicos reflectem a radiação, acentuando a dose de radiação. Se tem kit de mãos livres, assegure-se de que tem antena exterior. Use o auricular apropriado (mas não coloque o telemóvel junto ao baixo ventre ou no bolso das calças, e não o vire para dentro). Não use armações metálicas nos óculos (aumenta cerca de 20% a irradiação). Use bolsas com écrãs protectores: estas reflectem as ondas electromagnéticas, afastando-as do utilizador. Ao falar, mantenha o protector da antena subido.
Sendo as crianças particularmente sensíveis e vulneráveis à irradiação electromagnética dos telemóveis, deve-lhes ser vedado, ou pelo menos limitado, o seu uso ( situações de emergência). Os telemóveis nunca poderão ser considerados como brinquedos!

Lynne Reder - construir conhecimento

Lynne Reder


A Fundação Francisco Manuel dos Santos (FFMS)  disponibiliza on-line,  Entrevistas, Conferências, Publicaçoes e Outros Recursos não Âmbito da Educação, cidadania e Otras Temáticas.
Aqui vos deixo o ENDEREÇO ​​da FFMS eA entrevista a Lynne Reder - Psicóloga, Sobre "como se Aprende" :
Aprender a Aprender - foi o título da Conferência de Lynne Reder , Prof.ª de Psicologia na Universidade de Carnegie Mellon , nos Estados Unidos, formada Pelas Universidades de Stanford e de Michigan , com hum Pós Doutoramento em Yale, Especialista em Psicologia Cognitiva .
Publicada no Jornal de Letras , ESTA entrevista regista como Opiniões DOS profs. Pedro B. Albuquerque , licenciado na Universidade do Porto e doutorado na Universidade do Minho , e Paula Carneiro, investigadora na Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa doutorada em Psicologia Experimental e com pós-doc da Universidade de Salamanca

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Educational Psychology Review

No Springer /psicologia poderá consultar artigos científicos na área da Psicologia em contexto escolar.  Alguns desses artigos são de acesso livre.
No mesmo site, tem também acesso a outras revistas e jornais científicos.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

O nosso cérebro é um computador?


Ed Boyden

Ana Gerschenfeld entrevistou o neurocientista Ed Boyden, - professor de Engenharia Biológica e Ciências Cerebrais e Cognitivas -  de 32 anos que realiza a suas investigações no MIT ( ver http://edboyden.org/)

Um extrato dessa entrevista que teve o título "Não me parece impossível tornar conscientes certos objetos", publicada no P2 do Jornal Publico de hoje:
Há menos de dez anos, ainda não tinha o doutoramento, inventou em Stanford, com um colega, uma técnica que permite o estudo preciso dos circuitos cerebrais e que, na opinião de muitos especialistas, abriu caminhos na investigação em Neurociências que até aí eram impensáveis. Como primeiro convidado do ciclo de divulgação científica organizado pelo Programa de Neurociências da Fundação Champalimaud, Boyden deu uma conferência perante um auditório cheio, numa noite há duas semanas, no Centro para o Desconhecido, em Lisboa…
...
Há uns anos, co-inventou aquilo a que poderíamos chamar um "interruptor genético", para ligar e desligar neurónios com feixes de luz. Em que consiste esta tecnologia?
Ed Boyden: O cérebro é feito de muitos tipos de células diferentes e a questão essencial é conseguir saber como é que essas células funcionam em conjunto para tornar o cérebro capaz de fazer as computações que faz - e também para perceber e tratar as disfunções cerebrais. Ora, como as células cerebrais são essencialmente calculadores eléctricos, para controlar a actividade deste ou daquele circuito de neurónios precisamos de conseguir injectar electricidade apenas nas células desse circuito, mas sem afectar as outras células.
Existem na Natureza muitas moléculas capazes de converter a luz em energia eléctrica, como, por exemplo, as que as plantas utilizam para a fotossíntese. Portanto, o que fizemos primeiro foi procurar essas moléculas numa série de organismos - algas, bactérias, fungos, etc. E, a seguir, conseguimos pô-las a funcionar dentro dos neurónios. Ou seja, encontrámos uma estratégia que nos permite controlar os neurónios com luz.
Disse na sua conferência que o cérebro é um computador. Sem cair num dualismo corpo-mente, há quem pense que a diferença entre um computador e o cérebro é que o cérebro dá origem a um "eu" (self) consciente, o que nenhum computador faz. O cérebro é mesmo apenas um processador de informação?
Ed Boyden: [pensa um momento] Acho que isso depende de um certo número de definições. Está a dizer "só um processador de informação" como se isso não fosse nada. Por que é que o "eu" não seria um certo tipo de informação? E por que é que um computador não seria capaz de processar fosse o que fosse? Há uma escola de pensamento segundo a qual tudo é computação - que afirma que, quando deixo cair esta caneta na mesa, ela calcula as leis da gravidade.

Concorda com esse ponto de vista?
Ed Boyden: Está a tornar-se cada vez mais óbvio. Por exemplo, o genoma contém um código feito de três mil milhões de bases. Cabe num CD. Esse código é lido e são produzidas proteínas e enzimas que, por sua vez, executam outros programas, que constroem células e organismos que funcionam graças a sinais elétricos que operam sobre o substrato celular. Mas é claro que as moléculas que geram os sinais elétricos também estão codificadas no genoma. Portanto, podemos considerar que o corpo humano utiliza esses três mil milhões de bases como um programa de computador que também contém o código do seu próprio hardware. [pensa um momento] Nesse sentido, toda a biologia é computação.

Mas nós estamos lá dentro, com a nossa narrativa pessoal.
Ed Boyden: Sim, mas isso não está em causa. É muito possível, e há quem o tenha proposto, que o "eu" também seja computação. Do ponto de vista evolutivo, era essencial ter algum tipo de processo capaz de construir histórias e significados. Se olharmos para as áreas tradicionais da informática, como a inteligência artificial [IA], é essa capacidade de derivar significado dos fenómenos que os informáticos da IA gostariam mesmo de conseguir reproduzir num computador. E estão a fazer alguns avanços nessa direção.
Do ponto de vista das Neurociências, o que estamos a tentar perceber é justamente como é que, concretamente, derivamos significado dessa gigantesca quantidade de informação que entra constantemente no nosso corpo através das nossas células sensoriais, mas também da nossa própria memória.

O cérebro processa a informação da mesma maneira que um computador?
Ed Boyden: É óbvio que o cérebro funciona de uma maneira muito diferente dos computadores atuais. Os computadores de hoje não são muito inteligentes. A arquitetura dos computadores actuais remonta à era da Segunda Guerra Mundial, quando as pessoas pensavam que devia haver uma lista de instruções e um único processador dentro do qual as instruções desfilassem - e uma memória, onde os dados sobre os quais essas instruções agem estivessem armazenados. No fundo, é um computador muito pequeno com muita memória. Ora, muita gente pensa que o cérebro funciona de outra maneira. No cérebro tudo é memória, o armazenamento acontece em todo o lado e o processamento acontece em todo o lado, o que representa uma perspectiva muito diferente.

Talvez se consiga um dia simular um cérebro num computador - ou pelo menos partes do cérebro. Isso significa que são a mesma coisa?
Ed Boyden Suponhamos que uma pessoa sofre de depressão - perdeu a esperança, a motivação, acha que nada do que faz vale a pena. Podemos pôr um eléctrodo numa parte do seu cérebro chamada área 25 e, de repente, quando ligamos esse estimulador eléctrico, que é controlado por um computador exterior, a pessoa torna-se mais enérgica, mais motivada, sente-se mais ligada aos outros, a sua maneira de estar no mundo muda totalmente. De certa maneira, podemos dizer que temos aqui um híbrido de humano e computador, não é? O computador sabe exatamente quais os impulsos elétricos que deve emitir, possui circuitos que lhe permitem enviá-los na altura certa - e está a transmitir para a parte certa do cérebro.
Imaginemos que inserimos não um, mas 100 eléctrodos no cérebro dessa pessoa. Agora, já temos a capacidade de lá introduzir informação para, por exemplo, codificar certos tipos de memórias. Suponhamos então que a pessoa tem a doença de Alzheimer ou sofre um AVC e que parte da sua memória é destruída. Se houvesse uma maneira de codificar as memórias, de fazer um backup e de, a seguir à doença, fazer chegar essa informação às células que foram poupadas, seria possível tornar a inserir as memórias perdidas.
Muita gente anda a pensar nisso, a perguntar-se se seria possível armazenar memórias para que, em caso de perda de certas áreas do cérebro, fosse possível restaurá-las.
Demos mais um passo: o cérebro de uma pessoa tem agora uma parte informática e uma parte biológica a trabalhar em conjunto. De repente, fica sem a parte biológica do seu cérebro. Ora, acabámos de dizer que podemos utilizar um computador para substituir a parte que foi perdida...
Resumindo: numa primeira fase, tínhamos um cérebro onde, para tratar uma depressão, fora feito upload de um bocadinho de informação externa; depois, numa segunda fase, metade do cérebro fora roubada pela doença de Alzheimer e era substituída por computadores; e, numa terceira fase, a pessoa perdera a outra metade do cérebro e substituía-se também essa metade por um computador.
A maior parte das pessoas não acha este tipo de raciocínio falacioso. Pode ser extremamente difícil de concretizar, não estou a dizer que não, pode demorar muitos anos. Mas do ponto de vista lógico, no fim deste procedimento todo, a única coisa que resta é um computador. Trata-se de uma questão filosófica muito antiga: se substituirmos as células uma a uma por pequenos computadores que reproduzem exatamente o que cada célula faz, no final de contas será que ainda temos uma pessoa consciente? E o que é interessante é que há muita gente atualmente a tentar encontrar maneiras de fazer exatamente isso.
Portanto, o cérebro não funciona com zeros e uns?
Ed Boyden: Não, o cérebro é uma coisa muito complicada, que transmite sinais através da difusão de gases, de campos elétricos, de todo o tipo de hormonas e moléculas e que está ligado ao resto do corpo.
Disse que, no seu laboratório, tem adotado uma estratégia de empreendedorismo. O que é que isso quer dizer exatamente?
Ed Boyden A maior parte da ciência é feita porque alguém tem um problema importante que quer mesmo resolver e dedica a sua vida a isso e a tentar dar o seu contributo. Penso que nós temos uma abordagem um pouco diferente: tentamos ver que tipos de problemas são importantes, que tipos de soluções seriam susceptíveis de ser desenvolvidas e o que é que deveríamos fazer para inventar essas soluções e obter resultados. É mais no espírito de alguém que está a tentar criar uma empresa do que no de alguém que diz frontalmente que quer resolver uma questão específica.

E funciona melhor?
Ed Boyden:Não sei, mas se todos estão a fazer de uma maneira, por que não experimentar outra? E um dos efeitos desta abordagem é que as pessoas formam os seus próprios grupos de investigação, ou novas empresas, e podem assim atrair recursos para tentar facilitar a inovação.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Como se apresentar numa entrevista de emprego



Vídeo retirado do blogue:

O erro de Darwin (1)

Exemplo ilustrativo da inteligência humana:  inventamos um lápis feito de diversas fontes, com múltiplos propósitos.

INGREDIENTES ESSENCIAIS DA MENTE HUMANA
Charles Darwin argumentou em seu livro “A Descoberta do homem”, de 1871, que a diferença entre a mente humana e a não humana é “de grau e não de padrão”. Porém, a mente humana difere da mente dos chimpanzés (com quem compartilhamos 98% dos genes) de modo qualitativo e quantitativo.

Os quatro caracteres abaixo distinguem a mente humana da dos animais: 
  • Ao homem é permitido criar uma variedade virtualmente ilimitada de mundos, conceitos e coisas, através de uso repetido de uma regra para criar novas expressões e pela mistura de elementos específicos para criar novas ideias.
  • A combinação indiscriminada de ideias permite mesclar diferentes domínios do conhecimento – como arte, sexo, causalidade, amizade -, gerando assim novas leis, relações sociais e tecnologias.
  • Os símbolos mentais codificam experiências tanto reais quanto imaginárias, formando a base do sistema de comunicação rico e complexo. Esses símbolos podem ser mantidos por si mesmo ou expressos por palavras ou figuras a outras pessoas.
  • O pensamento abstracto permite a contemplação de coisas além do que podemos ver, ouvir, tocar provar ou cheirar.
 Elaborado com base Marc Hauser, A Origem da Mente, Scientific American - Em Busca da Consciência - , nº 40, 2011.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Há uma reorganização no cérebro na adolescência


Sarah-Jayne Blakemore

Entrevista a Sarah-Jayne Blakemore ao Jornal Publico P2 de 31 de Outubro de 2011.
Entrevistada por Ana Gerschenfeld, aqui está a parte inicial: 

O cérebro adolescente transborda de emoções, de vontade de fazer coisas desmedidamente arriscadas, mas o seu dono ainda não consegue pensar como um adulto e controlar os seus impulsos. Não sabe prever as consequências dos seus actos.
Sarah-Jayne Blakemore, especialista em neurociência cognitiva no University College de Londres, estuda o desenvolvimento biológico do cérebro dos adolescentes – e em particular daquilo que chama o “cérebro social”, aquela parte do cérebro que permite a um ser humano, desde muito cedo, colocar-se no lugar do outro, conferindo-lhe capacidades de interacção social únicas.
A visão que está a emergir graças às técnicas de visualização do cérebro em acção é que o cérebro adolescente ainda tem um longo caminho pela frente para se tornar adulto. O que poderá, por exemplo, ter implicações em termos pedagógicos.
Sarah-Jayne Blakemore esteve há dias em Lisboa para participar no Fórum Gulbenkian de Saúde, este ano dedicado ao tema “Labirintos da Adolescência” (aceder aqui). 

Interessa-se pelo desenvolvimento do “cérebro social” nos seres humanos. O que é o cérebro social?
O que entendo por cérebro social é a rede de regiões cerebrais que estão implicadas na nossa compreensão dos outros – as suas mentes, intenções, as suas emoções. É o que nos permite interagir com outras pessoas.

Até recentemente, pensava-se que o cérebro humano parava de se desenvolver cedo na vida. Hoje, sabe-se que continua a desenvolver-se durante décadas. O que é que acontece no cérebro, em particular durante a adolescência?
É um facto que a maior parte do desenvolvimento cerebral acontece muito cedo. Mas o que mudou é que agora percebemos que o cérebro humano continua a desenvolver-se ao longo da adolescência e até à casa dos vinte e mesmo dos 30 anos. Só descobrimos isso há 10 ou 15 anos, quando nos tornámos capazes de visualizar o cérebro humano em acção graças a tecnologias como a ressonância magnética. E sabemos hoje que o cérebro (e em especial o cérebro social) sofre uma espécie de reorganização no início da adolescência. Em termos de estrutura e de função. Que continua durante um longo período.

Quais são as diferenças entre o cérebro adolescente e o adulto?
Sabemos que, pelo menos no córtex pré-frontal, a parte da frente do cérebro, envolvido em muitas funções cognitivas superiores como a tomada de decisão e a planificação, ou ainda a consciência de si e as interacções sociais, o número de sinapses (as ligações entre os neurónios) é muito maior no início da adolescência do que na idade adulta. Durante a adolescência, esse número de ligações vai reduzir-se drasticamente
Nas imagens de ressonância magnética, o que vemos é uma redução do volume de matéria cinzenta do cérebro. Por outras palavras, o córtex do cérebro adolescente contém mais matéria cinzenta do que o córtex do cérebro adulto. Isso não é realmente uma coisa boa e, ao longo da adolescência, o excesso de sinapses, de ligações neuronais, vai sendo eliminado, permitindo que o córtex funcione de forma mais eficiente. Acho que é provavelmente o excesso de matéria cinzenta que mais caracteriza o período da adolescência.

É algo como uma receita para uma “tempestade perfeita” no cérebro?
O que acontece é que algumas regiões cerebrais estão mais desenvolvidas do que outras durante a adolescência, porque as diversas regiões cerebrais apresentam trajectórias diferentes de desenvolvimento. Por exemplo, as regiões cerebrais que têm a ver com as emoções estão mais desenvolvidas na adolescência do que o córtex préfrontal, que, como vimos, ainda está longe da maturidade. Portanto os adolescentes, que têm vontade de correr riscos desmedidos, que sentem prazer em fazê-lo, ainda não possuem um córtex pré-frontal totalmente funcional que lhes permita parar e avaliar se devem ou não correr tal ou tal risco. É esse desajustamento entre o desenvolvimento das diversas regiões que pode dar origem a uma “tempestade perfeita”. Mas não tenho a certeza de que esta expressão seja a descrição mais adequada.

A palavra “tempestade” tem sido usada para falar do que acontece no cérebro adolescente por alguns especialistas.
Mas não por mim. Precisamos de uma expressão melhor. Porque “tempestade” tem uma conotação muito negativa e a adolescência não é apenas algo de negativo. De facto, é muito importante poder arriscar, porque se os seres humanos não arriscassem nada nunca conseguiriam avançar na vida. Estaríamos extintos [ri-se]. Arriscar é muito, muito importante para nos tornarmos independentes da nossa família, para construir a nossa identidade própria e a nossa vida... É realmente uma coisa boa.

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Retirado daqui
Conferência em várias línguas. Escolha a sua.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Joaquim Luís Coimbra

Joaquim Luis Coimbra - psicólogo

Jovens são realistas na hora de escolher curso
Perspetivas de emprego são muito importantes na hora de optar pelo curso certo. A vocação não é determinante e o estatuto social dado por determinados cursos, como Medicina, ainda conta

Texto de Mariana Correia Pinto publicado no P3 do Jornal Público a 20/10/2011:

Quando estão a planear o futuro, os jovens pensam cada vez mais na viabilidade do curso do ponto de vista do emprego e evitam escolhas que os conduzam a “becos sem saída”. Joaquim Luís Coimbra, da Faculdade de Psicologia da Universidade do Porto, desenvolve: “Temos a geração mais qualificada da história, mas sem emprego. E isso não se deve a uma substancial falta de realismo na hora de escolher o curso”.

A sociedade atual “não é de pleno emprego” e as “pessoas tentam adaptar-se às condições” que existem. Por isso, escolhe-se não (apenas) por vocação, mas com os olhos postos no mercado de trabalho. E com "pressões sociais" ainda presentes. Medicina é um clássico: continua a ser “uma pequena ilha” quando se fala de cursos com perspetivas de emprego mais ou menos positivas.
Joaquim Luís Coimbra arrisca uma breve aula de psicologia: "O que temos concluído pela investigação é que não nascemos predestinados para nada, nascemos para um futuro aberto a múltiplas possibilidades. E, portanto, não há propriamente uma vocação". Aquilo a que habitualmente chamamos "vocação" é construído mediante as realidades com que cada pessoa se encontra, com os "campos de alternativas" que lhe são postos à frente.

O efeito da Medicina
As preferências de cada um são uma justificação válida para escolhas, mas estas fazem-se cada vez mais em campos de objetividade: o que tem mais saída profissional e o que possibilita uma posição social mais favorável.
Nesse aspeto, Medicina é um curso que dá que falar. "Produz um efeito de mobilidade social ascendente", diz Joaquim Luís Coimbra: "Estamos a atravessar um período de rápidas mudanças. Os pais de muitos jovens que estão hoje na universidade não tiveram oportunidade de aceder ao ensino superior e a ascensão dos filhos é vista como positiva. Realizam-se através deles".
É neste cenário que, não raras vezes, surgem pressões sociais que influenciam a escolha dos estudantes. "É frequente ouvirmos as pessoas exprimirem alguma admiração se um aluno brilhante não quiser ir para Medicina", lamenta o psicólogo. Na verdade, "colegas de Medicina queixam-se muitas vezes de terem estudantes muito treinados para responder a testes estandardizados" e com um "desenvolvimento cognitivo" pouco apurado. "Os que entram em Medicina são seguramente os melhores a responder ao tipo de testes propostos, o resto não se sabe".

Escolhas superficiais
Um dos motivos de insatisfação dos alunos do ensino superior tem a ver com uma escolha errada do curso. Há várias pessoas que trocam de faculdade - "Antes isso do que terminar um curso no qual não estão integrados" -, realidade que podia ser alterada se houvesse uma política que apostasse mais na "orientação vocacional nas escolas". Há países onde já se percebeu que, até do ponto de vista económico, é positivo apostar nessa área: "Criam-se profissionais mais satisfeitos com o emprego e, consequentemente, mais competentes".
Em Portugal, conclui Joaquim Coimbra, a escolha do curso é, não raramente, feita com base em "estereótipos" ou "visões muito simplificadas dos cursos e profissões ligadas a eles". A maior parte das vezes "nunca tiveram nenhum contacto com o mundo real ligado àquele trabalho e tomam decisões superficiais".

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

A Psicologia da Ciência


Uma nova disciplina emerge: A Psicologia da Ciência.
A par da história da ciência, da filosofia da ciência, ou da sociologia da ciência, esta nova área do conhecimento é apresentada pelo psicólogo Gregory J. Feist da San Jose State University no jornal da Association for Psychological Science.

Sendo a ciência um acto cognitivo, ou seja, tem a ver com a personalidade, criatividade, processos de desenvolvimento, a Psicologia da Ciência é o estudo científico do pensamento científico e do comportamento, como refere o autor, e  não é só sobre como os cientistas produzem o conhecimento, mas como todos nós o fazemos.
Esta ciência poderá explicar, por exemplo, como as crianças criam teorias sobre a forma como o mundo funciona, tendo por isso implicações na educação.
As investigações têm descoberto dados interessantes, por exemplo, pessoas muito interessadas pela ciência, têm mais consciência (traços como cautela e meticulosidade), enquanto que a curiosidade científica está ligada a menos consciência e mais ligada à abertura de espírito.

Saber mais na Science Daily

O site da Association for Psychological Science, aqui.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Porque temos tanto sono?


Como levantá-los, a horas, pela manhã? Para os pais, pode ser desesperante. Até os próprios adolescentes se surpreendem como têm tanto sono, embora pareça que no final da adolescência, lidem melhor com a falta dele. Porque é que isso acontece?
A partir do estudo do cérebro, não se sabe bem porque dormimos e o que se passa neste órgão. Sabemos contudo, que as necessidades de sono no adolescente variam de indivíduo para indivíduo.

Algumas explicações para o que pode contribuir para a dificuldade de levantar da cama de manhã:
  • A glândula pineal que se situa no cérebro segrega a hormona melatonina durante a noite, e encolhe significativamente durante a adolescência. Consequentemente, os seus níveis nocturnos e diurnos da melatonina ocorrem aproximadamente duas horas mais tarde do que em adultos – daí, oito horas pareçam seis, a um adolescente.
  • O sono pode ser menos reparador na adolescência do que nos adultos.
  • Outro factor poderá ser o entusiasmo por actividades (a Net…), que os absorve até altas horas da madrugada.
“Seja qual for a culpada, é evidente que o fenómeno ( dormir demasiado) não reflecte uma preguiça adolescente simples, como tanto se diz.”
David Bainbridge Teenagers Guerra e Paz.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Anorexia Nervosa

Sendo a anorexia nervosa uma problemática que atinge por vezes os adolescentes, os  vídeos de:
  • Testemunhos pessoais de uma anorética
  • Isabel Brandão psiquiatra, chefe do serviço de psiquiatria do São João, dá dicas sobre como identificar um amigo/a com anorexia nervosa.
  • António Roma Torres psiquiatra, fala com a psicóloga Gabriela Moita sobre o "estigma da doença mental".
  • Tânia Barbosa terapeuta ocupacional, fala sobre o seu trabalho.
 Aceder aqui.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Centro de Informação Europeia Jacques Delors

Trata-se de um importante recurso para professores e alunos, sobre a europa. Contém materiais destinados à educação para a cidadania.  Aceder ao eurocid.

Estimular o cérebro


Ainda não se sabe, mas estudos apontam, que o cérebro humano é notavelmente plástico, ou seja, sua estrutura e actividades mudam quando a pessoa precisa encarar um desafio. Não confundir com a ideia defendida por alguns cientistas, que o cérebro humano, em termos da evolução da espécie, atingiu o estado final. Consequentemente, os estudos realizados até hoje não indicam, por exemplo, que as nossas cabeças poderão atingir o tamanho e os talentos que se observam nas personagens dos filmes de ficção científica.
Retomando a ideia da plasticidade do cérebro e da importância essencial de desafiar os alunos para irem mais além (embora as pesquisas tenham sido feitas com ratos): 
  • Milhares de células são geradas no cérebro adulto todos os dias, especialmente no hipocampo, estrutura envolvida na aprendizagem e memória;
  • Em poucas semanas a maioria dos neurónios recém-nascidos morre a não ser que o animal seja desafiado para aprender alguma coisa nova;
  • Acreditamos que as tarefas que resgatam uma quantidade maior de neurónios novos são as mais difíceis de aprender, exigindo um esforço mental maior. 
In Tracey J. Shors, Estimulado, cérebro produz e preserva novas células nervosas, Scientific American - Neurociências, Em busca da Consciência, edição especial, nº 40, 2011
Imagem retirada de: http://www.soscorpo.com.br/anatomia/s-ner02.htm

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

O Projeto Nacional de Educação para o Empreendedorismo

O Projeto Nacional de Educação para o Empreendedorismo – PNEE – desenvolvido pela DGIDC, entre 2006 e 2009, criou condições para que as escolas desenvolvam um conjunto de iniciativas conducentes à criação, na sua comunidade educativa, de competências e atitudes que permitam empreender.
Aceder aos documentos do Projeto.

Consultar os documentos do Projeto
http://www.dge.mec.pt/educacao-para-o-empreendedorismo/projeto-nacional-de-educacao-para-o-empreendedorismo