sábado, 13 de novembro de 2010

Aprender a ler modifica o cérebro, mesmo em adultos


Investigação publicada hoje online na revista Science dá conta que cientistas e voluntários portugueses participaram num estudo internacional inédito sobre os efeitos da leitura no córtex cerebral, comparando analfabetos, leitores e ex-iletrados. Para isso, foi usada a ressonância magnética funcional, um exame de imagiologia que permite medir os níveis de actividade nas diferentes zonas do cérebro num determinado momento.

Uma das conclusões deste estudo de José Morais, professor jubilado de Psicologia da Universidade Livre de Bruxelas, é esta:
Quando se aprende a ler, é como se uma armada vitoriosa chegasse às costas desprevenidas do nosso cérebro. Muda-o para sempre, conquistando territórios que eram utilizados para processar outros estímulos - para reconhecer faces, por exemplo - e estendendo a sua influência a áreas relacionadas, como o córtex auditivo, para criar a sua própria fortaleza: uma nova zona especializada, a Área da Forma Visual das Palavras. Isto acontece sempre, quer se tenha aprendido a ler aos seis anos ou já na idade adulta.

O que se passa é que na falta de ordens evolutivas codificadas no nosso ADN,  o cérebro de cada pessoa que aprende a ler se modifica para acomodar as novas capacidades, porque tem uma grande capacidade plástica.

Elaborado com base no artigo de Clara Barata publicado no Jornal Publico de 13 de Novembro de 2010
Imagem retirada de Vestibular2011

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