quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Carla

CARO ESTRÔNCIO

    O que me fizeste não tem classificação. Pensava que eras um cavalheiro incapaz de fazer certas coisas, mas vejo que me enganei. Defraudaste as minhas expectativas. Ao fim de tanto tempo pensei que te conhecia, mas hoje olho para tudo o que me rodeia e vejo que estava enganada em relação ao meu conhecimento. Nunca pensei que fosses fazer tal coisa.
    Meu Deus, como me enganei redondamente em relação a ti. O que me fizeste é inadmissível. Vendo bem o caso da situação, nada justifica tal coisa. Se ainda me trocasses por outra mulher; ou por outro homem; sim por outro homem, hoje é normal essas coisas acontecerem; até poderia compreender porque talvez não te fazia feliz ou talvez porque o amor que sentias por mim tivesse afrouxado; mas agora trocares-me pelo Benjamin?! O urso de peluche que a tua mãe te ofereceu quando tinhas 12 anos.
    Isso foi para mim longe das expectativas que tinha em relação a ti! Bem me parecia que algo se passava contigo. Desde há uns dias que andavas muito estranho. Quando falava contigo nem me davas atenção; já nem me olhavas nos olhos e saias sempre a correr quando te ia dar um beijo. Quando isso acontecia, dizias para mim mesma: “Será que tenho um hálito horrível? O que fiz eu de mal a Deus para merecer isto?! A partir desse momento pensei que tivesse outra mulher (ou outro homem), até que um dia descobri…Imagina o que foi que descobri?! Pensando bem no assunto, é melhor não pensares muito porque parece que já estou a ver fumo a sair da tua cabeça. Ahahahah, estou a brincar contigo. Descobri que preferias ter uma relação com o Benjamin do que comigo! Quando acabaste tudo, pensei que ia morrer se não tivesses do meu lado; chorei noites após noites; até que um dia me levantei com a cabeça erguida e segui em frente.
    Escrevo-te esta carta porque ainda tenho algumas questões sobre o que aconteceu e essas questões são: “O que é que o Benjamin tem que eu não tenho?”; “Será pelo simples facto de ele ser fofo?”; “O que te deu na cabeça para teres feito tal coisa?”; Independentemente do motivo de teres feito essa escolha: Espero que estejas feliz na vida. Muito sinceramente, sinto-me outra depois da nossa relação ter acabado. Sou novamente livre! Ah, já agora, tenho um conselho para te dar. Vai a um psiquiatra porque parece que necessitas de um. Se levaste o conselho a mal, então, cumpri o meu objectivo!
    Até nunca mais ver.

CARLA
Ano Lectivo: 2010/2011
Disciplina: Português
Professora: Conceição Martins





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