terça-feira, 15 de março de 2011

Marta Rebolo

EIS A QUESTÃO

Perdi-me. Perdi-me algures no meio do nada. Perdi-me nas
 palavras que ficaram por dizer, perdi-me nas memórias
distantes e sobretudo, perdi-me num pensamento por ti.
Perdi a noção do tempo, do certo e do errado.
Navego num mar de saudade feito somente de lágrimas.
Lágrimas derramadas por mim. Lágrimas sentidas, lágrimas
perdidas.
A solidão e as incertezas invadiram a minha rotina, a dor e o
sofrimento sufocam a minha respiração. O mísero fio de
esperança que me resta é cada vez mais escasso e inseguro.
Demasiado fino para se tornar credível.
As pessoas passam por mim mas parecem não me avistar.
Sinto como se estivesse dentro de uma frágil esfera
transparente que me impede de sorrir e de mirar um novo
horizonte.
Palavras? Não passam de meros aglomerados de letras sem
qualquer sentido ecoadas no silêncio do vazio do meu
coração.
Sentimentos ignorados por olhos que não querem ver e por
corações que não sabem sentir. Gestos ocultos sem razão ou
porquê.
Tudo se tornou uma página branca e estática. Marcada pela
 ausência de cor e de vivacidade, com desejo presente de um
melhor acordar, com motivo de nova felicidade.

MARTA REBOLO
2009
Ano/Turma: 10º5
Professora: Conceição Martins

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