sábado, 26 de março de 2016

Os problemas do sistema educativo português

Perter Blake ABC Minors 1955

António Teodoro - Professor. Signatário do Congresso Democrático das Alternativas, publicou em 2012, no Público, um artigo com o título Uma escola democrática, inclusiva e exigente, do qual saliento esta parte que foca os problemas do sistema educativo/formativo:

"Na investigação que se tem desenvolvido no campo das Ciências da Educação têm sido identificados um conjunto de problemas críticos nos sistemas de educação e formação:

i. O esgotamento do modelo escolar;

ii. A forte tensão entre educação e emprego;

iii. A simultânea existência de mandatos identitários distintos nos sistemas educativos;

iv. Os métodos desadequados de aprendizagem da leitura, da escrita e da aritmética;

v. As teorias (e as práticas) da aprendizagem desatualizadas face aos novos conhecimentos das neurociências e dos estudos da cognição;

vi. Um curriculum escolar ainda organizado em termos de conhecimento disciplinar;

vii. Um conflito não resolvido entre formação geral e preparação para uma profissão;

viii. Uma persistente desigualdade nos resultados da educação;

ix. Um difícil equilíbrio entre performance e inclusão nas políticas públicas;

x. uma formação de professores centrada num conhecimento disciplinar que subalterniza a construção de saberes práticos;

xi. O pouco impacto dos estudos sobre o cérebro nas práticas e políticas educativas;

xii. Uma educação de adultos hesitante entre os objetivos da cidadania da aprendizagem ao longo da vida e a colonização económica;

xiii. As formas de regulação transnacional que empobrecem o debate político e dificultam a participação cidadã.

Alguns desses problemas são estruturais, ou sejam, resultam do esgotamento de um projeto de modernidade que teve na escola um dos seus pilares. Outros, são o resultado direto das políticas adotadas pela aliança neoliberal-conservadora que tem hegemonizado o espaço público e o poder político nas últimas décadas e que, na base de um violento programa de ajustamento negociado com os representantes dos credores financeiros (CE, BCE e FMI), conduziu a um processo de rápido “empobrecimento” da Educação, não apenas nos meios financeiros públicos atribuídos, mas, de igual modo, no conteúdo e missão formativa da escola, só comparável na história recente ao realizado por Salazar (e Carneiro Pacheco) na segunda metade dos anos 1930. (...)

Ler o artigo na íntegra: http://www.op-edu.eu/media/

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