segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Pensamento 59: TUDO ou NADA


“Não me alimento de quases, não me contento com a metade! Nunca serei sua meio amiga, ou seu meio amor…É tudo ou nada.” Marilyn Monroe

Errado, porque seria o caminho para a infelicidade percepcionar e viver as relações afetivas como boas ou más, mutuamente exclusivas, rígidas. 
Este pensar e sentir, não permitiria descobrir que, para além do amor e do nada, há outros sentimentos importantes para a convivência e o equilibro pessoal e social, e que é possível vivermos as nossas contradições e as contradições do outro, sem que estas nos coloquem em risco. Como já afirmava o psicanalista Otto Fenichel, as pessoas saudáveis têm sentimentos de menor intensidade, simpatias e antipatias em graus variados e têm também as suas ambivalências, compreensíveis e aceitáveis. 
Crianças e jovens deverão ser educadas para serem capazes de estabelecer relações mais realistas, conviver com quem gostam e com quem não gostam, mas serem capazes de avaliar o modo como o outro o faz sentir, assim como o efeito do seu comportamento sobre ele. 
A evolução humana dá-se daquela fase primitiva “tudo ou nada” (amigo ou inimigo…) própria da infância, para o aumento da sensibilidade e tolerância., como se pode ler no texto seguinte: 

“Uma integração paralela ocorre com a representação dos outros, através da combinação entre as imagens “só bom” e “só mau” relativa às pessoas importantes na vida da criança, principalmente as figuras parentais, mas também aos irmãos. Este desenvolvimento determina a capacidade para experimentar relações ambivalentes de forma integrada, ao invés de clivá-las em objectos ideais ou persecutórios.” Otto Kernberg (psicanalista)

UMA BOA SEMANA

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