"Você não conhece as pessoas, você conhece a parte que elas permitem que você veja."
Verdade! Ou seja, nas relações interpessoais, em particular, nas relações superficiais, no início dos namoros, no início das amizades, o que nós temos, são partes da personalidade do outro, habitualmente o melhor que quer demonstrar de si próprio.
A pessoa pode estar a ser verdadeira (um eu verdadeiro) - o seu comportamento corresponde ao modo como se sente - , ou pelo contrário, revelar um falso eu.
Nesses primeiros encontros, temos contato com o seu pensamento e com as suas emoções e não tanto com os seus sentimentos para connosco, porque estes ainda estão a se formar, se é que alguma vez se vão formar e criar um elo espiritual que nos possa unir.
Só com o evoluir da relação, o "entrar no jogo", através da nossa capacidade de auto-conhecimento e do conhecimento do outro, nos diversos contextos, poderemos avaliar o que o outro é, como pessoa, na realidade. Por vezes é preciso contudo, uma vida para conhecê-lo..
Não confundir as emoções, na fase inicial das relações, com sentimentos.
Não confundir as manifestações comportamentais (o entusiasmo, o prestar atenção...), com sentimentos.
António Damásio explica a diferença entre EMOÇÃO e SENTIMENTO:
"Você pode- me ver a estar a ter uma emoção, não vê tudo, mas vê uma parte. Pode ver o que se passa na minha cara, a pele pode mudar, os movimentos que eu faço etc., enquanto o sentimento você não pode ver.
O sentimento que eu tenho,
você não sabe se eu tenho ou não tenho. E se você tiver um sentimento de
profunda tristeza, mas se me quiser enganar, e quiser comportar-se como se
estivesse alegre, vai me enganar o mesmo porque eu não posso saber o que está dentro
da sua cabeça, posso adivinhar, mas é diferente. "
ANTÓNIO DAMÁSIO - neurocientista português - em ENTREVISTA, no meu outro blogue: Incalculável -Imperfeição
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