O Observatório criado pelo CES com coordenação de Manuel Carvalho da Silva, tem um triplo objectivo: tornar mais precisos o diagnóstico e a caracterização das crises que a sociedade portuguesa vive; acompanhar as políticas públicas, seus objectivos e meios mobilizados, seus resultados expectáveis e observáveis; identificar soluções e respostas que alarguem o leque de alternativas a considerar no debate público. Através de intervenções regulares, de relatórios anuais e da interacção activa com a sociedade através da sua página web, o Observatório centrar-se-á em quatro domínios: as relações entre finança e economia à escala nacional, europeia e global; as dinâmicas no mundo do trabalho e as vicissitudes do respeito pelo trabalho digno; o Estado social e os custos sociais das políticas de austeridade; a qualidade democrática (democraticidade, transparência e participação) das tomadas de decisão pública.
"No entender do Observatório, em vez de uma descida do desemprego, "é talvez mais adequado falar-se numa situação de estabilização do desemprego em níveis bastante elevados e de uma estabilização do emprego num nível bem mais reduzido do que o estimado no início do programa de ajustamento".
E acrescenta que "a criação de emprego verificada recentemente assenta em bases frágeis", ou seja, excluindo dos valores oficiais os desempregados ocupados - quantificados como empregados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) - ter-se-ão destruído 463,6 mil postos de trabalho de 2011 até ao 2º semestre de 2013 e criado, a partir daí, apenas 37,9 mil postos de trabalho.
Por último, o Observatório salienta que o desemprego actual "é um desemprego mais desprotegido do que antes da vigência do programa de ajustamento" e que o emprego gerado em Portugal assenta, sobretudo, em actividades precárias e em estágios "mal remunerados e sem perspectiva de continuidade e de verdadeira inserção no mercado de trabalho"." P3 Jornal Publico de 27.3,15
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